Artigo

Um passeio ao Delta por Tutóia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Há muito se fala na estrada da rota das emoções. É um anseio antigo, porque atrairá muitos investimentos para os estados envolvidos e possibilitará a descoberta e contemplação de belezas naturais inigualáveis no mundo inteiro. Este artigo tem como objetivo mostrar o potencial de uma área incrustada no território maranhense, ainda pouco visitada, o Delta desbravado a partir de São Luís.

Para se conhecer as belezas do Delta pelo Maranhão, Tutóia é a cidade referência. Partindo de São Luís, a viagem pode ser feita via terrestre de duas formas. Uma por Itapecuru-Mirim passando por Chapadinha e São Bernardo, a estrada atualmente está esburacada e é preciso cuidado na direção. Outra é por Barreirinhas, passando por Rosário e Morros.

Após Barreirinhas, aproximadamente 40 km, encontra-se a Cidade de Paulino Neves, conhecida pelos nativos como Rio Novo (este era o nome do povoado antes de se tornar município). Depois de sair de Paulino Neves, pertinho de Tutóia, têm um lugar chamado Lagoinha, para quem não almoçou em Paulino Neves lá é uma boa opção. A comida é farta, tem muito camarão e ostra. Há um lago de água doce, onde se pode tomar banho e se divertir à vontade. Aos domingos e feriados vira um balneário, com roda de samba e forró.

Tutóia é uma cidade pequena, perto de 50 mil habitantes e uma estrutura hoteleira composta de pousadas. Há dois passeios recomendáveis. Um de buggy ou 4x4 para a Praia do Amor e outro de lancha pelo Delta. O passeio pelo Delta é realizado em barcos pequenos, a motor. Saem da cidade por volta das 8h da manhã e retornam no final da tarde, com a opção de se ver a revoada dos guarás. Os guarás são garças vermelhas, cuja coloração se deve à alimentação composta basicamente de uma espécie de caranguejo de cor avermelhada, existente em abundância naquelas paragens. Quando essas garças deixam de se alimentar dos caranguejos vão perdendo a cor e voltando a ser brancas.

Para iniciar o passeio, embarca-se em um pequeno porto na margem do rio, no centro da cidade. Quando a maré está enchendo o barco tem dificuldade para chegar à baía de Tutóia. No meio da baía há um navio todo enferrujado, encalhado. Do outro lado fica a Ilha do Cajueiro, onde se manda preparar o almoço. E é bom que se faça isso porque o serviço é demorado.

Depois se navega em um igarapé, pelo mangue, quando se tem a visão de pequenos caranguejos vermelhos, de garças e de pequenos peixes, chamados de quatrolhos. Durante a viagem, o igarapé vai se abrindo até se avistar uma outra ilha, a do Caju. Nesta há um hotel fazenda, pertencente a descendentes de ingleses, a família Clark.

A ilha do caju é estreita e comprida, dá para atravessá-la verticalmente a pé. Do lado do canal pode-se tomar banho enquanto as crianças descem as dunas em surfboard. É preciso cuidado com a correnteza da maré, enchendo ou vazando, é muita velocidade e pode arrastar uma pessoa.

Depois da Ilha do Caju, o passeio se completa, após o almoço, com as visitas às Ilhas da Melancieira e do Coroatá. Já no final da tarde, os barcos se dirigem à Ilha dos Guarás, lá são ancorados em local estrategicamente discreto e os turistas aguardam a chegada das aves, que para lá se dirigem após um dia de caçada, a fim de passar a noite, cuidar de seus filhotes e fazer seus ninhos. É um espetáculo da natureza, elas aparecem em pequenos bandos e vão se juntando na copa das árvores. É algo indescritível, só indo lá para ver.

Roberto Veloso

Ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil - AJUFE

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