Artigo

É preciso garantir o futuro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

No dia consagrado à Indústria, momento tão meritório para a classe produtora e aos que ajudam a dinamizar esse importante setor, alguns indicadores nos induzem a não celebrá-lo com muitas festividades. Mas, pela sua força e representatividade na geração de emprego e renda, a indústria desponta como transformadora da modernidade, realizando muitos benefícios para melhorar a vida das pessoas. No Maranhão representa 17,4% do PIB e, tem papel de destaque como difusora de tecnologia e inovação no estado.

Contribuem para esse realce todas as entidades que compõem o Sistema Fiema, que desenvolvem forte atuação para promover a transformação social de jovens e o fortalecimento das empresas industriais aqui instaladas.

Entre 2013 a abril de 2019, o SESI proporcionou quase 120 mil matrículas e mais de 1.041.000 atendimentos, a maioria durante a Ação Global/SESI. No mesmo período, o SENAI, alcançou perto de 199 mil matrículas, sendo grande parte delas, gratuitas, e o IEL qualificou mais de 10 mil em educação empresarial. Juntas, as instituições demonstram o trabalho e a importância do Sistema Fiema.

A força da indústria impõe urgente adoção de políticas industriais necessárias para a recuperação desse importante segmento, gerador de empregos e desenvolvimento. O segmento caminha com a inovação e a tecnologia da Indústria 4.0, preparando-se para os novos conceitos de competitividade e de produtividade.

Mas, para que o setor produtivo e o Brasil possam enfrentar esse momento de grande turbulência econômica que o país atravessa é preciso um conjunto de medidas capazes para colocá-lo num cenário de perspectivas favoráveis. Uma das mais urgentes, sem dúvida, é acelerar a aprovação da reforma da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional.

Essa pauta é imprescindível para a estabilização das contas públicas, porque o modelo de aposentadoria existente é inviável, tanto no ponto de vista financeiro como social. E, a cada dia, se torna mais insustentável diante das expressivas transformações demográficas ocorridas nos últimos cinquenta anos, deixando claro o aumento de brasileiros com idade superior a 65 anos e a ampliação da expectativa de vida da população, o que, na teoria, onera ainda mais o caixa do governo.

A reforma da Previdência vem enfrentando dificuldades na sua tramitação no Congresso Nacional, evidenciando a inabilidade política do Planalto na condução dessa agenda de interesse nacional. Se a proposta passar com as tantas emendas adicionadas nas Comissões das Casas Legislativas, aumentará, significativamente, o rombo do governo, impactando a nossa economia com o acelerado descontrole das contas públicas e, consequentemente, brecando a retomada do crescimento.

A Previdência talvez seja o fardo mais pesado da União e a cada ano empurra o orçamento fiscal ladeira abaixo. Se o projeto de alteração da Previdência der errado o caminho de volta é árduo e incerto, porque o déficit acumulado apenas nesta conta somou 1,3 trilhão de reais, conforme últimos dados disponíveis (2001 a 2015).

O cálculo que não fecha torna-se mais assustador quando registra que o governo gasta R$ 500 bilhões para custear mais de 33 milhões de aposentadorias do setor privado e, R$ 115 bilhões para pagar apenas 1 milhão de aposentados do setor público, transformando-se no maior programa de transferência de renda do pobre para o rico.

É crucial avançar com a reforma previdenciária para tirar o país do atoleiro. A economia brasileira não suporta uma reforma tímida ou mutilada como almejam alguns legisladores. Se isso acontecer poderá gerar ruídos no mercado, impactando câmbio, inflação, taxa de juros e por consequência o desempenho do PIB.

Edilson Baldez das Neves

Presidente da federação das indústrias do estado do maranhão - fiema, vice-presidente da confederação nacional da indústria - CNI

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