Sítio de Atibaia

Lava Jato: defesa de Lula responde recurso do MPF

Advogados do ex-presidente disseram que aguardam processo do sítio de Atibaia ser enviado ao Tribunal Regional Federal da 4ª região

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Defesa do ex-presidente Lula apresentou contrarrazões do caso do sítio
Defesa do ex-presidente Lula apresentou contrarrazões do caso do sítio (Lula)

BRASÍLIA

Os advogados do ex-presidente Lula apresentaram, terça-feira, 14, as contrarrazões de apelação no processo sobre o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Os advogados afirmaram que "Lula sequer se abalança" a discutir qualquer desacerto da sentença.
"Aguarda-se, então, a remessa destes autos ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região e a posterior intimação desta Defesa para a apresentação das razões do apelo já interposto24 e recebido25, tudo nos termos do art. 600, § 4º, do Código de Processo Penal, examinadas as quais, longe de qualquer sanção, o que emergirá é a absolvição do apelado que, inocente, nenhuma pena pode receber", argumentou a defesa. O processo apura se Lula recebeu propina por meio de reformas no imóvel.
Esta é a última etapa antes de a ação penal seguir para a segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), onde as apelações das defesas e do Ministério Público Federal (MPF) serão analisadas por desembargadores.
O documento foi anexado ao processo após o prazo estabelecido pelo juiz Luiz Antônio Bonat.
"Feitas tais e necessárias considerações, o aqui Apelado sequer se abalança a discutir qualquer desacerto da sentença proferida nestes autos quanto à dosagem da reprimenda e no aspecto em que não o condenou pela prática de delitos que jamais ocorreram. Mesmo porque não haveria como se acolher tal pretensão punitiva ou exasperadora em face do quadro probatório - que com clareza solar aponta a inocência do Apelado", disseram os advogados.
Lula foi condenado neste processo a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na primeira instância, em sentença proferida pela juíza substituta Gabriela Hardt. Essa condenação só passa a contar para cumprimento de pena caso seja confirmada no TRF-4.
Em 9 de abril, os procuradores do Ministério Público do Paraná (MPF) apresentaram o recurso de apelação no qual pediram que a pena de Lula e de outros condenados seja aumentada.
"Igualmente e em reprise, é de se rechaçar, com toda veemência, o pedido revisional de aumento quantitativo da reprimenda, já que, inocente o Apelado, nem dito e pretendido acréscimo, nem outra sanção, de qualquer natureza, se admite ou se vê como possível na espécie", acrescentaram os advogados.
No documento de contrarrazões, os advogados argumentaram que "o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, aqui apelado, não reconhece legalidade, legitimidade, validade ou higidez nos atos praticados na presente persecução penal pelo ex-juiz federal Sérgio Fernando Moro".
A defesa também argumentou que é necessário deixar explícito que Lula não reconhece a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba para a cognição e julgamento da ação penal.
"Inexiste qualquer relação ou elo de conexão entre as supostas reformas do celebrizado sítio de Atibaia e os afirmados desvios supostamente ocorridos em contratos firmados pela Petrobras", relataram os advogados.

Investigações
De acordo com o MPF, Lula recebeu propina do Grupo Schahin, de José Carlos Bumlai, e das empreiteiras OAS a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio, que o ex-presidente frequentava com a família. Outras 12 pessoas foram condenadas no processo.
O MPF afirma que a Odebrecht e a OAS custearam R$ 870 mil em reformas na propriedade. Já a Schahin fez o repasse de propina ao ex-presidente no valor de R$ 150 mil por intermédio de Bumlai, ainda conforme o MPF.

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