Tensão

Irã diz que EUA fazem ''guerra psicológica'' com frota militar

Diversas autoridades iranianas minimizaram a gravidade de anúncio americano de envio de porta-aviões e bombardeiros à região do Oriente Médio; as tensões entre Teerã e Washington cresceram desde o ano passado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
O porta-aviões americano Abraham Lincoln atravessa o Estreito de Gibraltar, entrando no Mar Mediterrâneo
O porta-aviões americano Abraham Lincoln atravessa o Estreito de Gibraltar, entrando no Mar Mediterrâneo (Reuters)

DUBAI - O Irã minimizou, por meio de seu principal organismo de segurança, o anúncio americano de que uma frota de porta-aviões e de bombardeiros está a caminho do Oriente Médio, classificando-o como "guerra psicológica", relatou a agência de notícias semioficial Tasnim ontem, 7.

No domingo, 5, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse que os EUA despacharam ao Oriente Médio uma força ofensiva composta pelo porta-aviões Abraham Lincoln e por uma força-tarefa de bombardeiros.

"O comunicado de Bolton é uma forma desajeitada e desgastada de guerra psicológica", disse Keyvan Khosravi, porta-voz do Supremo Conselho Nacional de Segurança do Irã, segundo a Tasnim. Khosravi observou que o porta-aviões chegou ao Mediterrâneo semanas atrás.

Na segunda-feira, 6, o secretário de Defesa interino dos EUA, Patrick Shanahan, disse que aprovou a mobilização do grupo do porta-aviões e dos bombardeiros devido a indícios de uma "ameaça crível de forças do regime iraniano", sem dar detalhes das informações em que se baseou a decisão.

A estatal iraniana Press TV havia dito mais cedo que "a mobilização parece ser uma ação regular da Marinha dos EUA, e Bolton só tentou valorizá-la". Além disso, um conselheiro militar do líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse que os EUA "não estão dispostos nem são capazes" de um ataque ao Irã, segundo a agência de notícias semioficial Isna.

O general Hossein Dehgan disse que Washington teria dificuldade para convencer a opinião mundial e países regionais a aceitarem uma guerra total contra o Irã e mobilizar recursos para tal conflito. Jornais e comentaristas iranianos em geral também reduziram a gravidade do anúncio de Washington, que classificaram como um "blefe" e "retórica vazia".

Tensões

As tensões entre Teerã e Washington cresceram desde o ano passado, quando o governo Trump se retirou de um acordo nuclear internacional de 2015 com o Irã e começou a intensificar sanções econômicas contra o país. Em abril de 2019, os EUA classificaram a Guarda Revolucionária do Irã como organização terrorista e exigiram que os compradores de petróleo iraniano parassem de adquiri-lo até maio, sob pena de serem sancionados.

A nova classificação da Guarda Revolucionária, a organização de segurança mais poderosa do Irã e que tem grande influência na economia persa, marcou a primeira ocasião em que qualquer país rotulou os militares de outro país como uma organização terrorista. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, e alguns comandantes militares de alta patente ameaçaram fechar o Estreito de Hormuz, no Golfo Pérsico, se Teerã for impedida de usá-lo. Cerca de 30% remessas marítimas de petróleo do mundo percorrem esta rota.

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