SÃO LUÍS – Os atendimentos da Maternidade Maria do Amparo, no bairro Anil, que foram suspensos após o término do convênio com o Governo do Estado, serão retomados nesta segunda-feira (18), de acordo com a direção da Casa, que assegurou a reabertura a partir de um novo convênio, desta vez firmado com a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). Durante o período em que o espaço de saúde ficou fechada, as gestantes tiveram que buscar assistência em outras maternidades de São Luís, como a Benedito Leite e Marly Sarney, ambas na Cohab.
A maternidade teve de suspender os serviços, no ano passado, após o fim do convênio firmado entre o Centro Assistencial Elgitha Brandão e a Secretaria de Estado da Saúde (SES), que era responsável pelo kit médico - que garantia o funcionamento da casa de saúde. Com o fechamento, 190 partos, em média, deixaram de ser realizados na unidade.
Após a repercussão negativa do fechamento da maternidade, responsável por realizar mais de dois mil partos anualmente, uma comissão de vereadores, cujo representante, o médico Gutemberg Araújo (PRTB), motivou uma reunião, realizada no dia 13 de fevereiro, e avaliou como positiva o novo convênio da maternidade com a Semus, que se responsabilizou em pagar pelo kit médico para a abertura da casa de saúde, que deve suprir os valores defasados que eram repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como elencou a direção.
Sobre a celebração do novo convênio entre a Maternidade Maria do Amparo e a Semus, o titular da pasta municipal, Lula Filho reiterou, na mesma reunião, que o Município entende a maternidade como um dos centros mais importantes para a saúde da mulher em São Luís.
“Finalizamos os termos que estarão presentes no nosso novo acordo de convênio, entre Prefeitura e a Maternidade Maria do Amparo. Nós entendemos que a maternidade não tem a capacidade de continuar sem a contribuição estatal. Então, vamos assumir essa parte, para possibilitar que a maternidade volte a funcionar o mais breve”.
Adiamento
A direção da Maternidade Maria do Amparo já havia divulgado a reabertura da casa para o último dia 11, o que não aconteceu. Ainda segundo a direção, o retorno dos serviços programados para a data passada não pôde ser cumprido porque a maternidade ainda passava por reparos, impedindo o pleno funcionamento da instituição. Entre os reparos, pintura, troca de lâmpadas e outros pequenos serviços tiveram de ser feitos gradualmente no prédio, como declarou o presidente do Centro Assistencial Elgitha Brandão.
Agora, já tendo passada pela reforma e todos os ajustes necessários, infraestruturais e financeiros, a direção da Maternidade Maria do Amparo garantiu a sua retomada de serviços a partir desta segunda-feira (18), após novo convênio, com o Município, para custeio do pagamento dos honorários de médicos e outros profissionais responsáveis por partos e demais procedimentos vinculados à gestação.
Relembre
A suspensão do atendimento a gestantes na Maternidade Maria do Amparo ocorreu pelo término do convênio com o Governo do Estado. No fim de 2018, o Governo deixou de dar a ajuda, por corte de gastos. Eles eram responsáveis por pagar o kit médico, e esse valor era repassado diretamente aos profissionais que trabalhavam na maternidade. O kit médico diz respeito aos salários dos obstetras, pediatras, ginecologistas e anestesistas, profissionais essenciais para o andamento das atividades na maternidade. Com o corte de gastos, foi disponibilizado apenas o obstetra no kit e o resto seria suspenso.
SAIBA MAIS
Gastos e faturamento
A maternidade realiza de 180 a 200 partos mensais, chegando a mais de 2 mil partos, anualmente. Isso representa 11% dos partos realizados em São Luís, além das demandas de outros municípios, que também recebem atendimento no local. Seu custo é de R$ 280 mil e o faturamento total, incluindo material, maternidade e ambulatórios é de R$ 220 mil, deixando um déficit de R$ 60 mil mensais, sem contar com os profissionais que dão plantão. Com o salário dos profissionais atuantes, que custava R$ 230 mil mensais para os cofres do Governo Estadual, o custo total ultrapassava os R$ 500 mil mensais.
No fim da reunião, ficou acordado que o valor que a Prefeitura vai assumir será de R$ 470 mil mensais, com possibilidade de chegar a R$ 518 mil, se houver produção. Com o acordo fechado, a reabertura da maternidade deve acontecer em, no máximo, 30 dias. Os vereadores se comprometeram, ainda, em destinar algumas emendas para a saúde, especificamente para contemplar assistência ao parto.
NÚMEROS
180 a 200 partos mensais
2 mil partos anuais
R$ 280 mil é o custo mensal
R$ 220 mil é o faturamento mensal, incluindo material, maternidade e ambulatório
R$ 230 mil era o valor pago pelo Governo do Estado para o salário dos profissionais, no antigo convênio
R$ 470 mil mensais, com possibilidade de R$ 518 mil, é o valor assumido pela Prefeitura, no novo convênio
Saiba Mais
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