Crise venezuelana

Venezuela manda diplomatas dos Estados Unidos deixarem país

Prazo é de 72 horas, de acordo com a determinação do presidente Nicolás Maduro, que acusou, também, Donald Trump pelo pior blecaute da história da Venezuela

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro mostra foto do que ele chamou de sabotagem nas usinas
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro mostra foto do que ele chamou de sabotagem nas usinas (Maduro)

CARACAS - A Venezuela ordenou nesta terça-feira, 12, que diplomatas norte-americanos deixem o país em até 72 horas, depois que o presidente Nicolás Maduro acusou o presidente norte-americano, Donald Trump, de promover uma “sabotagem” que levou o país petroleiro a sofrer o pior blecaute da sua história.

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, disse que os diplomatas norte-americanos em solo venezuelano devem partir dentro de três dias, depois que foram interrompidas as negociações para a manutenção de “seções de interesse” diplomáticas nos dois países.

“A presença no solo venezuelano desses funcionários representa um risco para a paz, a unidade e a estabilidade do país”, disse o governo da Venezuela em comunicado.

O Departamento de Estado dos EUA anunciou na segunda-feira que retirará sua equipe da Venezuela nesta semana, dizendo que sua presença se tornou “um constrangimento para EUA”.

Washington reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela depois que o presidente do Congresso, de 35 anos, declarou ser presidente provisório, em janeiro, afirmando que a reeleição de Maduro em 2018 foi uma fraude. A maioria dos países da Europa e da América Latina seguiu o exemplo.

Maduro, que detém o controle das instituições militares e outras instituições do Estado, bem como o apoio da Rússia e da China, denunciou Guaidó como um fantoche dos Estados Unidos.

Com o blecaute na Venezuela em seu sexto dia, os hospitais se esforçaram para manter os equipamentos funcionando, enquanto alimentos apodrecem no calor tropical e as exportações do principal terminal de petróleo do país foram fechadas.

Julio Castro, da organização não governamental Médicos pela Saúde, disse no Twitter na noite de segunda-feira que 24 pessoas morreram em hospitais públicos desde o início do apagão.

O Congresso da Venezuela, controlado pela oposição, declarou um simbólico “estado de alarme” na segunda-feira.

A energia foi religada para muitas partes do país nesta terça-feira, incluindo algumas áreas que não tinham eletricidade desde a última quinta-feira, de acordo com testemunhas e mídias sociais.

Mas a eletricidade ainda era parcial em partes da capital Caracas e na região oeste, perto da fronteira com a Colômbia.

Maduro culpou Washington por organizar o que ele disse ser um sofisticado ataque cibernético contra as operações de energia hidrelétrica da Venezuela.

“Donald Trump é o maior responsável pelo ataque cibernético ao sistema elétrico venezuelano”, disse Maduro em uma transmissão feita do palácio presidencial de Miraflores, na noite de segunda-feira. “Esta é uma tecnologia que só o governo dos Estados Unidos possui”.

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