Editorial

Conab em novos rumos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

Nascida a partir da fusão da Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), Companhia de Financiamento da Produção (CFP) e Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vem desde 1991, quando realmente entrou em operação, desenvolvendo relevante trabalho nas políticas agrícolas e de abastecimento.

Entretanto, apesar de sua importância estratégica, tem suas limitações e dificuldades, como braço do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A Conab herdou uma imensa rede de armazenagem da antiga Cibrazem, mas boa parte em desuso, sem nenhuma condição física e técnica de receber os alimentos produzidos pelos produtores. Para se ter uma ideia, a maior parte dos armazéns da Companhia está subutilizada. Sem falar que do total, 29 estão em desuso, patrimônio que está se deteriorando.

Mas, o novo governo federal, ao que parece, está disposto a dar uma nova vida à Conab. Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse que a rede de armazenamento da empresa é grande e antiga, e deixou de fazer sentido mantê-la num momento em que as trades do setor agropecuário são mais ágeis e possuem esquemas mais modernos de armazenagem e escoamento da produção.

Diante desse diagnóstico, num estudo preliminar do governo, a rede de armazenagem podem ser leiloada ou mesmo cedida à iniciativa privada por meio de permutas. “É preciso tirar essa gordura da companhia para fazê-la se fortalecer”, concordou com a ministra o novo presidente da Conab, novo presidente, Newton Araújo Silva Júnior.

Então, num horizonte mais real, a ideia inicial do estudo é uma redução em 29% da quantidade de Unidades Armazenadoras (UAs), saindo de 92 para 65. Atualmente, a Companhia possui 167 armazéns em operação e, com o plano, espera-se que haja uma redução de 39.

O estudo da reestruturação é resultado de um diagnóstico realizado pela Companhia em toda a sua rede armazenadora, com o objetivo de analisar cada armazém da empresa e identificar sua real necessidade, além de levantar quais os gargalos para garantir o aumento de eficiência das estruturas remanescentes.

A direção da Conab externou que a diminuição da rede armazenadora não se dará penas com essas ações, mas buscar atuar de maneira mais estratégica, fortalecendo a empresa nos locais em que opera.

O foco do Mapa em relação à Conab é priorizar as atividades para as quais a empresa é imprescindível, como, por exemplo, estar mais próxima do produtor em relação à previsão de safra, estatísticas e prestando as informações oficiais sobre o setor, que são ferramentas essenciais para as políticas públicas.

Ou seja, se busca aprimorar a capacidade administrativa da rede armazenadora e promover a redução dos custos, além de intensificar a atuação da Companhia tanto nas ações da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) quanto no suporte ao abastecimento do país.

Indo nesse caminho, lógico com o envolvimento da direção e corpo funcional falando a mesma língua, quem sairá ganhando são os produtores e o próprio Brasil, na consolidação de um dos maiores produtores de grãos do país. Então que seja realmente uma mudança de fato e não apenas de palavra.

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