Nova embaixada

EUA incorporam missão palestina em Jerusalém a nova embaixada

Palestinos, que vêm boicotando o governo de Donald Trump, expressaram revolta por entenderem que a medida visa contrariá-los.

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

JERUSALÉM - Os Estados Unidos abaixaram, nesta segunda-feira, a bandeira que tremulava no consulado de Jerusalém que servia como seu canal diplomático com os palestinos, fundindo a missão com a nova embaixada norte-americana em Israel na cidade disputada.

Os palestinos, que vêm boicotando o governo de Donald Trump desde que este reverteu uma diretriz de política externa de longa data em dezembro de 2017 reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel, expressaram revolta com o que veem como a medida mais recente de Washington para contrariá-los.

Se antes o consulado reportava as questões relacionadas aos palestinos diretamente a Washington, agora sua equipe foi rebatizada na embaixada como “Unidade de Assuntos Palestinos”, sob as ordens do embaixador dos EUA em Israel, David Friedman.

“Este é o último prego no caixão” de uma pacificação, disse o negociador palestino veterano Saeb Erekat no Twitter.

As conversas israelo-palestinas desmoronaram em 2014, e a Casa Branca disse que pretende apresentar um novo plano de paz depois da eleição nacional israelense de abril.

Israel considera toda Jerusalém, inclusive o setor oriental que capturou na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexou ao seu território como sua capital indivisível. Mas Washington tem evitado tal linguagem, sinalizando que o status definitivo da cidade deveria ser negociado pelos dois lados. Os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital de um Estado que almejam fundar na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza.

O relatório mais recente da União Europeia a respeito dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, divulgado no mês passado, afirma que a expansão contínua tornou as chances de uma solução de dois Estados, com Jerusalém como capital de ambos, “crescentemente inalcançável”.

A construção de novas casas na Cisjordânia continuou em um ritmo inédito na segunda metade de 2018, abrindo caminho para a entrada de mais israelenses no território invadido, segundo o relatório.

No consulado na Rua Agron, no centro de Jerusalém, a cerimônia da bandeira foi discreta. Friedman, que ajudou a transferência da embaixada dos EUA em Tel Aviv para um complexo no sul de Jerusalém, não esteve presente.

Autoridades dos EUA disseram que a flâmula foi retirada e entregue à consulesa de saída, Karen Sasahara, como um presente de despedida, e em seguida outra bandeira dos EUA foi hasteada.

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