Preocupação futura

Nova gestora da Segep admite dificuldades para otimizar previdência

A O Estado, Flávia Alexandrina, que saiu da Secid para assumir a pasta, adiantou que deve lançar soluções técnicas para organizar fundo de previdência do MA

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Flávio Alexandrina falou de problemas, mas não detalhou as soluções
Flávio Alexandrina falou de problemas, mas não detalhou as soluções (Flávio alexandrina)

Thiago Bastos
Da editoria de Política

A nova titular da Secretaria de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência dos Servidores (Segep), Flávia Alexandrina - empossada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em ato realizado ontem em São Luís -, admitiu a O Estado dificuldades para gerir o fundo de previdência do Estado, usado para pagamento de pensionistas e aposentados. Segundo a secretária, que já integrava a equipe de governo estadual (ocupava a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano), será necessário elaborar soluções para atender a estas e outras demandas.
Sem dar mais detalhes, a secretária disse apenas que contornará as necessidades a partir de conhecimentos técnicos. “As soluções técnicas e jurídicas existem para isso, ou seja, é necessário lançar mão destas soluções e resolver estes problemas”, disse.
Ela garantiu que o possível déficit nas contas previdenciárias será sanado. “As dificuldades existem para serem contornadas, e nós vamos, com certeza, buscar solução para todas”, disse ao ser questionada acer­ca do saldo para pagamento de benefícios ligados às aposentadorias.
Sobre o atual saldo das balanças públicas, sem citar valores, Flávia Alexandrina disse apenas que o fundo dos servidores (possivelmente se referindo ao Fundo Estadual de Pensão e Aposentadorias [Fepa]) registra balanço positivo. “Com certeza, as soluções virão, pois o Estado, ou melhor, o Fundo dos Servidores, tem um belíssimo patrimônio”, afirmou.
Em relação ao saldo do fundo, a declaração de Alexandrina se opôs à última manifestação pública de gestores do governo sobre o assunto. No início de novembro do ano passado, durante audiência da Comissão de Orçamento, Finanças, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa (AL), técnicos da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) apontaram a carência de recursos para a quitação dos benefícios previdenciários.

Rombo
Na ocasião, os gestores informaram que o Governo dispunha de apenas R$ 200 milhões em caixa, sendo que os gastos previstos para pensões e aposentadorias ultrapassam os
R$ 2,4 bilhões para este ano. Parte deste déficit, de acordo com a Seplan, seria compensada com a venda de terrenos e outras áreas públicas. No entanto, a previsão à época de arrecadação (R$ 502 milhões) não seria suficiente para cobrir o rombo.
Segundo o Governo, o Fepa é atualmente gerido pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Maranhão (Iprev), autarquia criada por Lei Complementar nº 197, de 6 de novembro de 2017 e vinculada à Segep. De acordo com dados oficiais, o Iprev atenderia mais de 40 mil aposentados e pensionistas do Executivo Estadual e do Ministério Público, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE) e Poder Judiciário.

Para tentar cobrir rombo, Dino aumentou impostos e abriu créditos

Desde o fim do ano passado, quan­do a situação se agravou, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), tenta, com medidas administrativas e articuladas com sua base de apoio sustentada na Assembleia Legislativa do Maranhão (AL), minimizar os efeitos da gestão previdenciária. Além de elevar a alíquota de impostos em itens básicos a partir de aprovação de matéria encaminhada por ele ao Legislativo em caráter de urgência em dezembro de 2018, o governador também editou decretos autorizando a entrada de créditos suplementares nas finanças esta­duais.
No penúltimo mês de 2018, o comunista emitiu documento em que incluía R$ 86 milhões ao saldo do Fepa. Deste total, ainda segun­do o Decreto nº 34.589, de 29 de novembro do ano passado e publicado na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) na mesma data, R$ 44 milhões foram para proventos de “aposentadoria do Poder Executivo” e outros R$ 42 milhões para “pensões previdenciárias do Poder Executivo”.

As dificuldades existem para serem contornadas, e nós vamos, com certeza, buscar solução para todas”Flávia Alexandrina, nova titular da Segep

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