Davos
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que o Governo Federal não intervirá na investigação das transações financeiras suspeitas envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e seus assessores. Em entrevista para a Agência Reuters em Davos, na Suíça, Moro disse que a investigação é preliminar e está nas mãos dos promotores estaduais.
“Eles estão fazendo seu trabalho de maneira normal. O governo nunca vai interferir no trabalho dos investigadores ou no trabalho com promotores”, disse o ministro, que está na comitiva brasileira que participa do Fórum Econômico Mundial.
Na entrevista para a Reuters, Moro ainda defendeu o decreto que flexibilizou a posse de armas de fogo, assinado no dia 15 de janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na segunda-feira, 21, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, afirmou que Flávio Bolsonaro e outros 26 parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado são investigados na esfera cível por suspeita de improbidade administrativa.
Eles são citados em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que detectou movimentações financeiras atípicas, com indícios de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Apesar das suspeitas, nenhum deputado é investigado criminalmente.
“Ninguém (ainda) é investigado (na esfera criminal). Inicialmente, estamos apurando fatos”, disse Gussem. A informação de que relatórios do Coaf apontavam suspeitas envolvendo deputados estaduais foi antecipada na segunda pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Investigados
O ex-assessor Fabrício Queiroz, que trabalhou no gabinete de Flávio, é um dos investigados. Seu nome aparece em relatório do Coaf por movimentação de R$ 1,2 milhão no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.
Na última quinta-feira, o ministro Luiz Fux, do Supremo, concedeu liminar que determinou a paralisação das apurações criminais sobre o caso e seu envio ao relator, ministro Marco Aurélio Mello. No pedido para a Corte, Flávio Bolsonaro alegou que a investigação do MP do Rio era ilegal, pois a instituição não teria direito a isso, uma vez que ele foi eleito senador.
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