Comércio prejudicado

Lojistas revindicam a volta do fluxo de ônibus na Rua do Passeio

Retirada de pontos de ônibus é a principal queixa; para categoria, intervenções culminaram na queda das vendas no comércio, o que os tem prejudicado

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Para empresários e lojistas que atuam no comércio da Rua Grande e entorno, as obras de requalificação da área, assim como do Complexo Deodoro, apesar dos muitos pontos positivos, têm causado transtornos à economia local. Isto porque, desde o início delas, o trânsito da região sofreu diversas intervenções, entre as quais a mudança dos pontos de ônibus, que é a mais prejudicial ao setor, devido ao distanciamento delas à via comercial, segundo a categoria. Estas e outras reivindicações foram apresentadas na manhã de ontem (8), em reunião realizada na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL).

Participaram das discussões empresários e lojistas da Rua Grande, além do presidente da CDL, Fábio Ribeiro e Fernando Chiaccio, presidente da Associação de lojistas da Rua Grande, além de Marlon Botão, presidente da Fundação Municipal da Cultura (Func); Maurício Itapary, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Maranhão, e Rodrigo Boncewicz, engenheiro da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).

De acordo com Fábio Ribeiro, a retirada dos pontos de ônibus do entorno da Praça do Pantheon e da Rua do Passeio causou prejuízos ao comércio da região e, somada às obras de requalificação da primeira quadra da Rua Grande, gerou uma redução total de 15% nas vendas, conforme levantamento realizado pela CDL, levando o órgão a contatar a Prefeitura de São Luís, em busca de novas intervenções na área.

“A reunião foi marcada para ouvirmos o que a SMTT tem para nos dizer sobre como ficará a área do centro comercial, porque houve mudanças por causa da obra de revitalização feita pelo Iphan. Nós queremos saber como ficará todo esse fluxo de pessoas que chegam à Rua Grande, porque nós vivemos de venda, e o comércio precisa de gente para poder sobreviver”, esclareceu.

Distanciamento
Ainda conforme Ribeiro, as queixas foram apresentadas pelos próprios lojistas e empresários da via. “A principal queixa é que, com a mudança no trajeto dos ônibus, a população está descendo muito longe, na Rua Rio Branco. Os lojistas nos procuraram para solicitarmos que as paradas voltem para a proximidade do centro comercial, e até para a Rua do Passeio, reativando aquele pequeno comércio que existe antes de entrar na Rua Grande”.

As intervenções existentes foram esclarecidas pelo superintendente do Iphan, que destacou a existência de uma decisão judicial que restringe o tráfego de ônibus e veículos pesados na Rua do Passeio. “No Canto da Viração, que é a esquina da Rua do Passeio, existe uma decisão judicial já transitada e julgada, que proíbe o trânsito de ônibus naquela área. Por isso ela foi fechada até o Palacete Gentil Braga. O Iphan não criou aquilo do nada. Nós fizemos a obra de acordo com o que nos foi passado pela Prefeitura”, ressaltou.

Apesar das queixas da categoria, Maurício Itapary explicou a importância das interrupções para a manutenção de prédios históricos e dos espaços revitalizados. “O transporte pesado de ônibus e caminhões naquela área produz vibrações que abalam as estruturas das construções. Por isso o tráfego destes veículos já é proibido naquela área, hoje somente micro-ônibus são autorizados a descerem ali. Nós entendemos que fizemos o que é melhor, para que a população tenha amplo acesso à Rua Grande e o retorno do tráfego para aquela área implicará em prejuízos aos usuários da via, além de poder gerar perdas aos serviços já realizados”, apontou.

Contudo, a Prefeitura avaliará as sugestões apresentadas pelos lojistas para verificar a possibilidade de incluí-las nos projetos de ordenamento de trânsito da área. “Nosso objetivo é, junto com o Iphan, CDL e lojistas, achar uma solução agradável a todos. Não podemos implantar uma solução sem que haja concordância entre esses grupos, uma vez que os lojistas e a população são os mais afetados por essas mudanças”, destacou Rodrigo Boncewicz, que na ocasião apresentou ainda alguns projetos elaborados para a área central, abrangendo alterações na mobilidade da região.

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