Cenário ruim

Levantamento mostra que Maranhão não conseguirá superar recessão em 2019

Segundo a Tendências consultoria Integrada, que fez o levantamento, o Maranhão junto a Alagoas e Sergipe terão o PIB abaixo da média nacional

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
No período do primeiro mandato de Flávio Dino, o PIB do Maranhão recuou por duas vezes segundo IBGE
No período do primeiro mandato de Flávio Dino, o PIB do Maranhão recuou por duas vezes segundo IBGE (Flávio Dino)

SÃO LUÍS - Novo levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada mostram que o Maranhão e mais 19 estados e também o Distrito Federal não conseguirão superar o Produto Interno Bruto (PIB) registro em 2014, considerado o período antes da crise ficando com o patamar menor que a média nacional. Somente seis estados conseguirão sair da recessão.
O Maranhão consta na lista dos 20 Estados e mais o Distrito Federal em que os novos governadores não vão ter o mesmo alívio. Pelo levantamento da consultoria, eles terão crescimento do PIB abaixo da média nacional e não conseguirão voltar ao nível pré-crise.
Alagoas, Maranhão e Sergipe são os que estão mais distantes do patamar de PIB registrado em 2014. “Em vários locais, esse nível só deverá ser alcançado em 2020 ou 2021”, diz o economista da Tendências, Adriano Pitoli, responsável pelo levantamento ‘Cenários Regionais 2019-2023’.

Queda constante
Em novembro do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou mais uma queda no PIB do Maranhão. Segundo o levantamento, o PIB maranhense encolheu 5,6% em 2016 – depois de já haver recuado 4,1% em 2015. Nos dois anos, o estado registrou retração maior que a do Brasil.
O último ano em que o IBGE registrou crescimento do Produto Interno do Maranhão foi 2014, com alta 3,9%, a oitava maior do país naquela ocasião.
A divulgação do resultado oficial do IBGE acabou por confirmar previsão mais pessimista da Tendências Consultoria Integrada, divulgada ainda ano passado. De acordo com o estudo, a queda do PIB maranhense em 2016 seria de 6,9%. Já um relatório do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), órgão do Governo do Estado, apontava “para decréscimo de no máximo 4,8% em 2016”.
O relatório do IBGE aponta, ainda, que o Maranhão segue com o menor PIB per capita do país: R$ 12.264,28. O instituto destaca que, ao longo da série histórica da pesquisa – iniciada em 2002 -, o estado sempre figurou nas últimas colocações nesse quesito, no máximo alternando posição com o Piauí.
“Ao longo da série, os dois estados alternaram posições, mas nunca subiram na classificação. O PIB per capita de ambos, no entanto, passou de 30% do nacional para 40% em 2016. O Piauí foi o estado em que o valor do PIB per capita mais cresceu dentre todos as unidades da federação, cerca de 5,3 vezes entre 2002 e 2016 (de R$ 2.440,70 para R$ 12.890,25)”, destacou o IBGE.

Superação
Apenas seis estados vão conseguir apagar neste ano os estragos causados pela recessão econômica. Levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada mostra que Pará, Roraima, Mato Grosso, Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso do Sul serão os únicos a superar o Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2014 – quando o País entrou na pior recessão da história.
O desempenho, puxado pela iniciativa privada, deve dar um pouco de fôlego aos novos governadores, que terão de cortar gastos e reduzir a folha de pagamento para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Quase todos estão com as despesas de pessoal acima do limite de 60% e enfrentam dificuldade para pagar servidores. Mas, com crescimento maior, a arrecadação tende a aumentar e dar ligeira folga aos cofres públicos.
Ele explica que, no caso dos seis estados, a economia foi impulsionada pelo bom desempenho do agronegócio, pela maior exposição ao mercado internacional e pela maturação de projetos de mineração, como o da Vale, no Pará.
Há ainda aspectos inusitados que devem ter impacto no PIB, segundo Pitoli. É o caso do crescimento do número de imigrantes venezuelanos em Roraima – que esteve sob intervenção federal até 31 de dezembro. “Mesmo que de forma atabalhoada, há um movimento maior da economia, com mais pessoas buscando ocupação e suporte do Governo Federal”.
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul serão influenciados pela expectativa de safra recorde de soja em 2019. A agricultura também reforçará a economia de Rondônia. “Em Santa Catarina, o dólar favorável vai ajudar a indústria de carne e metalurgia”, diz.
Pelos dados da Tendências, em 2017 e 2018, esses Estados já tiveram um desempenho acima da média nacional. E devem continuar assim neste ano. Em termos regionais, o Norte terá o maior avanço do PIB em 2019 por causa da recuperação de algumas áreas, como a indústria eletroeletrônica do Amazonas muito sensível ao ciclo econômico. Junto com o Nordeste, a região foi uma das que mais sofreram com a recessão econômica.

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