Estado Maior

Futuro preocupante

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

A prática dissociada do discurso é mesmo uma marca do governador Flávio Dino. A prova disso é o pedido de um empréstimo internacional para começar a pagar somente depois de 66 meses após contraído o financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird).
E qual seria a contradição em mais esta operação de crédito do Governo do Estado?
Não faz duas semanas, quando foi enviado o pacote “anticrise” que aumentou pela terceira vez impostos no Maranhão à Assembleia Legislativa, o governador e seus aliados encamparam um discurso de que o governo passado contraiu um empréstimo internacional com pagamento em dólar e com carência que ultrapassou os meses da gestão.
Em tão pouco tempo, Dino parece que esqueceu toda a crítica que fizera à sua antecessora e decidiu agir da mesma forma.
Mas, além do discurso dissociado da prática, o que realmente preocupa em mais esta operação de crédito do governo comunista é o nível de endividamento do Estado.
Em plena crise financeira, com caixa deficiente e contas para pagar, aumento de impostos e penalizando os contribuintes, e com uma população empobrecida, o governador decide aumentar o número de empréstimos.
Ao todo, serão cinco financiamentos que ultrapassam R$ 1 bilhão. Dessa forma, Dino assume de si mesmo um estado com folha inchada, sem poder de investimento, economia fraca, socialmente despedaçado e mais endividado.
O futuro não parece ser promissor para os maranhenses.

Os ex-críticos
Antes de ser eleito governador, Flávio Dino e seus aliados na Assembleia Legislativa criticavam a contratação de empréstimos pelo governo.
Depois que assumiu o comando do Estado, o comunista contou com o apoio dos mesmos aliados para fazer “parcerias em financiamento”, como denominaram os governistas no início da gestão.
Marcelo Tavares, por exemplo, antes um oposicionista duro, foi o responsável por explicar pelo menos dois dos empréstimos de mais de R$ 400 milhões feitos pela administração estadual.

Saia justa
Chamou atenção a decisão do deputado estadual Zé Inácio (PT) em convocar para a CPI da Cyrella nomes da Prefeitura de São Luís, como Antônio Araújo, que comanda a pasta de Obras.
E isso porque o petista tem um aliado no primeiro escalão do prefeito da capital, Edivaldo Júnior (PDT). Raimundo Chocolate foi indicado por Inácio para ser o titular da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento.
Mesmo assim, o deputado decidiu não poupar o governo aliado e colocar secretários em saia justa em uma comissão de investigação.

Liberação
O senador Roberto Rocha (PSDB) viabilizou a liberação de R$ 30 milhões para a revitalização da Lagoa da Jansen. O projeto já está pronto para a execução.
Rocha é defensor da revitalização do local e cobrou isso, na campanha eleitoral, do governador Flávio Dino, que garantiu que a Lagoa estava despoluída.
Ao constatar que não era verídico, o senador tucano convidou o comunista para tomar banho na Lagoa da Jansen. O convite não foi aceito. Talvez, após a obra, Dino aceite.

Arquivamento
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o arquivamento de denúncia contra o ex-presidente da República José Sarney (MDB).
Dodge alegou em seu pedido o tempo decorrido das acusações e a idade de Sarney.
A denúncia contra o ex-presidente foi feito pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Jannot. Já o pedido de Dodge ainda será analisado pelo ministro do STF, Edson Fachin.

Cláusulas
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que as cláusulas de desempenho serão aplicadas a partir de 1º de fevereiro quando terá início a nova legislatura.
Em relação ao Maranhão, pelo menos dois deputados federais eleitos terão cerca de 30 dias para escolher o novo destino partidário.
Tanto Eduardo Braide quanto o Pastor Gildenemyr - ambos do PMN - terão de deixar o partido, que não conseguiu (até agora) outra sigla para fazer a fusão.

DE OLHO
US$ 35 milhões
é o valor do empréstimo internacional que Flávio Dino deve contrair após autorização do Senado. Com isso, o governo comunista ultrapassará a marca de R$ 1 bilhão de financiamentos contraídos na gestão.

Não virá
Ao contrário do que estava sendo esperado, o presidente da República, Michel Temer (MDB), não virá ao Maranhão antes do término de seu mandato.
A previsão era de que o emedebista viria a São luís para inaugurar o complexo Praça Deodoro, obra do Iphan em parceria com a Prefeitura da capital.
Pela agenda já anunciada pelo prefeito Edivaldo Júnior, não há qualquer indicação de que o presidente comparecerá ao evento, que ocorrerá amanhã.

E MAIS

• A Justiça determinou que o Hospital Carlos Macieira seja devolvido para o Fundo Estadual de Aposentadoria e Pensão (Fepa).

• A sentença é da juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública de São Luís, Luzia Madeiro Neponucena, em decisão sobre duas ações civis públicas do Ministério Público estadual.

• A luta pelo comando do PSL ainda mantém debates públicos por meio das redes sociais. Esta disputa deverá chegar ao fim no início da próxima semana.

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