Artigo

A casa onde eu nasci

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

A cada onde em nasci existe até os dias de hoje, mas com arquitetura diferente. Ao longo do tempo suponho ter ganho o andar de cima ficando parecida com um “bangalow”, dos poucos ainda existentes, em Caxias. Nunca mais adentrei àquela casa, revi por dentro, porém, outro dia, eu e meu neto caçula, Davi, deixamo-nos fotografar defronte, enquanto eu lhe contava sobre a história dos meus primeiros passos, ali.

Naquele tempo - acho que era moda - as casas eram enfeitadas com barras coloridas e desenhadas a partir do encontro do teto com a parede. Deitado no meu “berço ornamentado de rendas e fitas”, conforme assim descreveu minha mãe, Nadir, lembro-me de ficar olhando para esses enfeites coloridos, os primeiros desenhos fixados em minha mente, “em contínuos movimentos sorrindo para ela."

Até hoje tenho uma foto de quando eu ainda tinha sete meses, de pé em uma das colunas que haviam no formado do muro, amparado por minha mãe aos vinte e cinco. Certamente não avaliava o privilégio que era conhecê-la tão jovem, no vigor da maternidade tão esperada.

Esse devia ser um costume diário, ao cair da tarde, quando os vizinhos passavam em frente e cumprimentavam os à porta, como o “seu” Joel, marido da dona Tereza, amigos os meus pais; é disso que mais me lembro.

A rua Aarão Reis, onde nasci, ainda hoje é uma das principais da Cidade, onde pontificou a Usina Elétrica Dias Carneiro e, ainda pontifica, embora bem diferente de tempos idos, o Ginásio Caxiense; esses endereços foram marcantes em minha vida de adolescente, anos depois.

O escritor Khaled Rosseini, autor do famoso livro “O caçador de pipas”, a propósito do drama dos refugiados, diz que sofremos o primeiro exílio quando nascemos, deixamos o útero da mãe. Deve ser verdade, porque choramos “a plenos pulmões”, um choro que traz toda intensidade desse trauma da separação.

Quando a gente nasce ganha um Anjo da Guarda. O meu chama-se Hariel e vem à Terra, todo dia, entre quatro e quarenta e cinco horas da madrugada.

Na doce e sempre lembrada convivência com minha mãe, Nadir, aprendi que todo cristão tem o seu Anjo da Guarda; é como se fosse um guardião que nos protege diariamente, para quem devemos rezar e pedir proteção.

Como é reconfortante saber que temos um Ser superior que nos orienta e ampara nesta caminhada terrena, e devemos rezar: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a Ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarde, defende, governe, ilumine. Amém.”

"Os anjos tem nome e são de diversas categorias: protegem os dias, indicam os números de sorte, os meses de mudança dos seus protegidos, as cartas do Tarô; estão na Terra em horários determinados e pedem a leitura de um determinado Salmo. O anjo Hariel é da categoria dos querubins e invocado contra os incrédulos da religião; sua influência está ligada aos sentimentos religiosos, que se distinguem pela pureza, ajudando a descobrir tudo o que é útil e novo, protegendo as ciências e as artes."

“Os protegidos de Hariel são puros de sentimentos, simples e algo refinados para os bens materiais e sociais; tem tendência ao perfeccionismo, terão facilidade para aprender, criar e estudar, e devem fazer as coisas sem perder tempo, pois um ano de suas vidas comparado ao de qualquer outra pessoa equivale a cinco. Profissionalmente, poderão ter sucesso na vida como professor, advogado, artesão, restaurador e estudioso de pinturas e objetos antigos.”

Os protegidos de Hariel devem rezar, sempre, o Salmo 93.

Antônio Augusto Ribeiro Brandão

Economista, membro da ACL, do IWA e do MNELOSL, fundador da ALL

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