COLUNA

Há muito que explicar!

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

O governador Flávio Dino (PCdoB) já vem tentando carta de seguro para diminuir o problema na gestão estadual dos últimos quatro anos. A última dele, nas redes sociais, foi afirmar que houve uma queda nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) de cerca de R$ 1,5 bilhão. O dado - sabe-se lá de onde o governador tirou -, mesmo que fosse verdadeiro, não justifica problemas financeiros no caixa estatal.
E por qual motivo não justifica? Porque ainda que sendo menos que se previa, Dino ainda recebeu mais nos últimos quase quatro anos de seu governo comparado a 2011/2014. Foi mais de R$ 1 bilhão a mais que Dino recebeu para gerir o estado.
E deu certo? Pelos dados do projeto de lei orçamentária de 2019 - quatro anos depois do comunista instituir a nova república do Maranhão -, o estado precisa arrecadar muito mais. Precisa de muito mais dinheiro.
Nada adiantou receber uma folha de pessoal enxuta de 38%, mais de R$ 1 bilhão no fundo de aposentadoria aplicados em investimentos e mais de R$ 2 bilhões em caixa de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ou seja, uma estrutura fiscal pronta para povos investimentos, ampliar os horizontes do Maranhão e trazer o sonhado desenvolvimento social e econômico dos maranhenses.
Mas tudo saiu ao contrário. Mais de R$ 1 bilhão em empréstimos, resgate de mais de R$ 1 bilhão do Fundo Estadual de Aposentados e Pensionista (Fepa) e déficit primário (não conseguiu pagar todas as contas deixando restos a pagar) de quase R$ 1 bilhão.
No fim de quatro anos, o Maranhão é uma República bem diferente da prometida quando Dino assumiu os Leões, em 2015, ficando ainda pior do que estava sendo vendida na campanha eleitoral veiculada até o início de outubro deste ano, quando as peças publicitárias mostravam um governador confiante, com “contas acertadas e um futuro brilhante”.

Com dificuldades
Flávio Dino até tentou minimizar a questão da insuficiência do caixa do fundo para pagar os proventos dos aposentados e pensionistas, mas acabou admitindo que o problema existe.
A diferença é que ele, como sempre, quis jogar a culpa em terceiros. Dessa vez, disse que o déficit do caixa já vem de uma década.
Realmente, o governador do Maranhão tem clara dificuldade de assumir erros, sobretudo quando estes afetam grande parte da população do estado.

Aprovado
A Câmara Municipal de São Luís aprovou, em redação final, o projeto de lei que estabelece o orçamento impositivo.
Sem qualquer dificuldade, os vereadores votaram a última etapa para validar a proposta da emenda impositiva. Com isso, a partir de 2019, o prefeito Edivaldo Júnior (PDT) terá de pagar obrigatoriamente as emendas parlamentares.
O projeto de lei orçamentário de 2019 já tramita na Câmara e as emendas começarão a ser recebidas. Os vereadores terão até o fim de dezembro para votar a proposta. Se não ocorrer, Edivaldo terá dificuldades para mexer no orçamento.

Reclamação
Usuários do sistema estadual de saúde têm reclamado da demora para marcação de consultas e exames relacionados ao Novembro Azul, mês dedicado ao combate ao câncer de próstata.
Em denúncias enviadas a O Estado, usuários alegam que exames estão sendo marcados para até dia 28 de dezembro.
Ou seja, as propagandas e ações para incentivar as consultas e exames para prevenir o câncer de próstata faz parte de mais uma peça publicitária do governo de Flávio Dino. Na prática mesmo, não há facilidade.

Dino sem noção
Como sempre, na vontade incontrolável de chamar atenção do presidente eleito, Jair Bolsonaro, o governador do Maranhão, Flávio Dino, acabou chamando negativamente os olhares para o estado.
Com uma postagem afirmando que no Maranhão não existe a ideia de escola sem partido, Dino acabou sendo lembrando de que o Maranhão tem uma taxa alta de analfabetismo.
E também que as escolas têm fachadas vermelhas, suas carteiras também, o que - para os críticos - é um sinal do comunismo. Claro que é um exagero, porque o comunista pode alegar as cores da bandeira do Maranhão, mas se ele se dedicasse mais a administrar o Estado e menos às redes sociais, não sofreria com tais críticas.

Frustrante
Flávio Dino até passou uns dias sem se referir - na maioria das vezes, de forma debochada - ao presidente eleito Jair Bolsonaro.
O comunista estava mais preocupado em evitar explicações sobre a saúde ruim da gestão fiscal do estado.
Mas, a vontade de “bater boca” com Bolsonaro falou mais alto. Dino voltou às redes para mandar indiretas. Como sempre, ignorado pelo presidente eleito.

Acusação
O Simproessema, entidade representativa dos professores do estado do Maranhão, vem tentando atrapalhar o processo da readequação salarial dos servidores que é de 21,7%.
A acusação é de outro sindicato, o dos servidores públicos estaduais (Sindsep), que alega que o Simproessema vem dando informações erradas aos seus membros.
A acusação é grave, já que o sindicato dos professores é comandado por membros do PCdoB de Dino, logo, tem interesse em atender o governador.

DE OLHO

R$ 3 bilhões é a previsão orçamentária de São Luís para 2019. Os vereadores já sabem como a gestão Edivaldo Júnior quer aplicar esta verba, mas já conversam sobre emendas para modificar a lei.

E MAIS
• O pessoal comandado por Weverton Rocha (PDT) que estava ávido por ficar com a Famem parece ter recuado.

• Em campanha mesmo - pelo menos aberta -, o prefeito de Tuntum e atual presidente da federação, Cleomar Tema. Ele tem atuado no que pode para mostrar toda a sua “municipalidade”.

• Mas ao que tudo indica, o recuo de Weverton e companhia tem relações com questões que envolvem interesses do governo bem maiores.

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