COLUNA

Disputa acirrada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

A eleição da nova diretoria da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) deve movimentar a cena política nos próximos meses. Ao contrário do que vinha sendo anunciado sobre uma reeleição fácil do prefeito de Tuntum, Cleomar Tema, a presidência da entidade deverá ter uma disputa acirrada.
Após fracassar na tentativa de antecipar a eleição da Famem (que chegou a ser prevista para acontecer dia 10 de outubro), Tema agora corre atrás de demonstrações de apoio que possam passar a ideia de que sua reeleição está certa e barrar os avanços de seus adversários, que estão sendo capitaneados pelo PDT.
O partido decidiu enfrentar o atual presidente da federação e já fala em apoio de 50 prefeitos, que estariam insatisfeitos com a atual gestão da entidade.
Em tese, o PDT pode causar um desconforto dentro do grupo de apoio do governador Flávio Dino (PCdoB), já que Tema faz parte dele e conseguiu sua volta à presidência da Famem com o apoio do comunista.
Mas para os pedetistas o confronto interno não parece ser problema. A sigla provocou desconforto, por exemplo, na eleição da mesa diretora, que somente não causou prejuízos em relação a apoios a Dino porque o próprio governador queria a troca de comando na Casa.
O PDT também já avançou na mesa diretora da Assembleia Legislativa, deixando bem claro que a presidência fica com o PCdoB, mas que a vice-presidência tem de ser do partido, por ter a maior bancada eleita este ano.
Também faz parte da lista dos pedetistas a Prefeitura de São Luís, que, após a ida de Edivaldo Júnior para o PDT, acabou por reduzir a influência do PCdoB na gestão municipal e colocar o partido de volta ao comando da capital.
O fato é que se a Famem ficar com o PDT, a legenda segue o caminho de ficar como a maior representação do Maranhão, superando em muito o PCdoB - hoje ameaçado de extinção pela cláusula de desempenho.

Articulações
E as articulações nacionais do PDT tendem a levar o partido para ser governista seja qual for o resultado das urnas neste segundo turno para a Presidência da República.
O presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, já anunciou oposição ao eleito no próximo dia 28, o que deixa claro que o partido quer sentar e negociar apoio.
Se se tornar aliado do próximo governo, o PDT ganhará ainda mais força, deixando o partido numa situação confortável para as disputas pela Prefeitura de São Luís, em 2020, e também pelo governo do Estado, em 2022.

Fraco
Enquanto isto, o PCdoB acabou não crescendo como imaginava que cresceria. Não conseguiu ter a maior bancada na Assembleia Legislativa, apesar de toda a influência do governador.
Fica com a presidência da Casa mais pelas articulações feitas pelo próprio deputado Othelino Neto do que pelo peso do partido.
E ainda tenta contar com a sorte na Justiça para que a legenda não desapareça, já que não alcançou a cláusula de desempenho.

Esperança
Sobre a tentativa de seguir existindo, o presidente estadual comunista, Márcio Jerry - eleito deputado federal -, foi quem disse que o partido vai esperar julgamentos na Justiça relativos a registros de candidaturas do PCdoB Brasil afora, para só depois decidir o que deve ser feito.
Explica-se: o partido se agarra na possibilidade de validação de votos do PCdoB em alguns estados brasileiros, o que poderia contribuir para o cumprimento pela sigla das cláusulas de desempenho.
Se não forem favoráveis os resultados, o PCdoB de Flávio Dino terá de trabalhar com a ideia de fusão com outras legendas.

Comemoração
Os apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro no Maranhão comemoram a quantidade de eleitores que começaram a passar pelo comitê central da campanha do candidato no estado.
Segundo a direção estadual do PSL, partido de Bolsonaro, que é responsável pelo comitê do candidato, de terça-feira, 16, até ontem, mais de 600 carros passaram para receber adesivo.
A procura por outros materiais também tem se intensificado. Ainda de acordo com a direção do partido, esta é a prova de que a votação no estado para Bolsonaro deve ser revertida em relação a do primeiro turno.

Demonstrando força
E a comemoração da direção estadual do PSL não é somente pela adesão, mas também pela força que vem demonstrando junto à direção nacional.
Todo o esforço não é somente para eleger Bolsonaro, mas também para minar a força da ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge.
Além de prestígio, estariam em jogo os cargos federais no estado, em caso de vitória de Bolsonaro.

Sem campanha
Enquanto o PSL de Bolsonaro avança na campanha no segundo turno no Maranhão, os apoiadores de Fernando Haddad(PT), que inclui membros do PCdoB, PPS, PDT e outros partidos, não mostram empenho pelo petista.
Ou já estão no clima de derrota ou acreditam que depois de ter 61% de votos no estado no primeiro turno, a votação de Haddad deve se manter, o que dispensa esforços.
Outra possibilidade é falta e interesse mesmo de se engajar na campanha, deixando o apoio restrito somente a declaração de voto no petista.

DE OLHO
R$ 12 mil foi o valor pago pelo candidato a deputado estadual eleito, Duarte Júnior, para confecção de bandeiras e bonés. Pela legislação eleitoral, o ex-presidente do Procon cometeu conduta vedada.

E MAIS

• O nome de Fernando Haddad foi usado ao extremo pelos candidatos do grupo de Flávio Dino durante o primeiro turno das eleições.

• Mas no segundo turno os mesmos que usaram e abusaram da popularidade do ex-presidente Lula no Maranhão agora dão de ombro aos petistas.

• Nem Flávio Dino e a turma do PCdoB, que compõe chapa com Haddad, tem demonstrado vontade de fazer campanha para o petista.

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