COLUNA

Roberto Rocha como alvo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

A recente declaração à imprensa do deputado federal e senador eleito Weverton Rocha (PDT) sobre a postura que será adotada pela bancada maranhense no Senado a partir de 2019, não deixa dúvida quanto à condição aparentemente irreversível de alvo que se tornou o senador Roberto Rocha (PSDB), adversário do governador Flávio Dino (PCdoB).
Weverton deixou claro que ele e a também senadora eleita, Eliziane Gama (PPS), não vão buscar harmonia com Rocha, já que os dois juntos serão a maioria na bancada.
Pelo posicionamento do pedetista, ou Roberto Rocha se rende, ou será “engolido” pelos colegas parlamentares.
“Nós vamos dividir, porque nós vamos protagonizar o que for bom para o estado. Se o terceiro senador compreender que mudou e que o Maranhão deu um recado claro, ele vai nos acompanhar. Se não, a gente precisa é dos dois terços para poder aprovar o que precisar. E o Maranhão entendeu isso e está mandando agora os dois terços para lá”, disse.
O comentário do pedetista estava relacionado a um episódio recente na bancada maranhense em Brasília, sobre a distribuição de emendas.
Flávio Dino cobrava dos parlamentares o envio do valor integral colocado à disposição pelo Governo Federal. Rocha mandou apenas R$ 70 milhões, destes. Outros R$ 90 milhões ele incorporou às ações da Codevasf no estado.
“Essa harmonia é melhor não ter, porque essa harmonia foi justamente para boicotar o Maranhão. [...] Se for assim, é melhor a gente chegar dividido, dois a favor do Maranhão”, enfatizou o pedetista. Quanto à fala “boicotar o Maranhão”, analistas da cena política diriam “ser contrário aos interesses do governador”.
Pelo visto, além de amargar a derrota eleitoral, Roberto Rocha vai ter de se preparar para o “troco” por ter se tornado oposição a Flávio Dino.

Olhar para trás?
Reeleito para um mandato de mais quatro anos, o governador Flávio Dino não poderá mais olhar para o retrovisor para colocar a culpa pelos fracassos de sua administração em terceiros.
Foram quatro anos fazendo a comparação de seu Governo com o da ex-governadora Roseana Sarney. Até o presidente Michel Temer ele tentou responsabilizar pela grave crise administrativa no Maranhão.
Agora, terá de encarar com seriedade o aumento da pobreza extrema no estado. É a sua responsabilidade.

Desolado
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, Rogério Cafeteira, vive um misto de frustração e abatimento, após não ter conseguido a reeleição para um novo mandato.
Com uma votação miúda, ele viu desmoronar o seu mandato, pouco produtivo, marcado apenas por discussões em defesa dos interesses do governo Dino.
De quebra, ainda terá de aguentar o desafeto, Duarte Júnior, assumir o seu posto junto ao governador Flávio Dino.

Oposição
O deputado federal eleito, Edilázio Júnior (PSD), foi um dos parlamentares de oposição ao governador Flávio Dino que mais cresceram com a eleição de domingo.
Na trincheira contra o comunista desde o primeiro dia de mandato, ele obteve mais de 100 mil votos para a Câmara Federal e representará o seu grupo na oposição.
Detalhe: Eduardo Braide obteve votação mais expressiva que Edilázio para a Câmara, é verdade, mas passou dois anos como líder do próprio Dino na Assembleia.

Articulação
O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto (PCdoB), deverá consolidar-se como candidato único à presidência da Casa em 2019.
Othelino é hoje o parlamentar de confiança de Flávio Dino e não deve ter qualquer adversário no pleito que será realizado em fevereiro do próximo ano.
Marcelo Tavares, que chegou a ser cogitado para a disputa, busca uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. E, para isso, deve apoiar Othelino para o biênio 2019/2020.

Adiou
O presidente da Famem, prefeito Cleomar Tema (PSB), de Tuntum, decidiu adiar a eleição para a presidência da entidade.
O pleito estava marcado para ontem, e chegou a ser anunciado, na terça-feira, 9, durante reunião do atual comandante com lideranças de todo o estado.
Mas alguns prefeitos reclamaram e uma nova data foi marcada. A princípio, fica tudo para o dia 22 de outubro.

Nada bem
Não se deram muito bem os vereadores de São Luís que se aventuraram na disputa por vagas na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa.
Dos 10 que decidiram se candidatar a deputado estadual ou federal, apenas um elegeu-se: o vereador Pedro Lucas Fernandes (PTB).
Para alegria de Joãozinho Freitas (PTB), que ganha dois anos de mandato na Câmara de Vereadores da capital. O restante volta às atividades normais no Legislativo Municipal.

E MAIS

• A deputada eleita Cleide Coutinho (PDT) resiste aos apelos de aliados para que lance candidatura à presidência da Assembleia.

• Já fora da disputa pelo comando do Legislativo estadual - como confidenciou a amigos - Marcelo Tavares (PSB) mira mesmo é o TCE.

• Eleitores de Flávio Dino (PCdoB) condenaram nas redes o declarado apoio do comunista ao presidenciável do PT, Fernando Haddad.

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