Crimes violentos

Em julho, Maranhão superou média do país em homicídios

Mapa da Violência, divulgado ontem pelo G1, mostra que média nacional foi de 1.4 mortes por mil habitantes, enquanto no Maranhão, foi de 1.8, com 126 assassinatos contra 2.995 no país, sem incluir Bahia, Piauí, Ceará e Paraná

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Ilustração
Ilustração (Mortes)

SÃO LUÍS - O Maranhão ficou acima da média do índice nacional de assassinatos durante o mês de julho deste ano. O estado registrou 1.8 mortes por mil habitantes, sendo que a média a nível nacional foi de 1.4. Quase mil pessoas já foram assassinadas de janeiro a julho de 2018 no estado. Estes dados fazem parte do Mapa da Violência e divulgado ontem no Portal G1. O site da Globo, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança, acompanha mensalmente as ocorrências de mortes violentas no país, como homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguido de morte.

Os dados do Mapa da Violência também revelaram que ocorreram 2.995 assassinatos no mês de julho no Brasil, sem contar com as mortes ocorridas nos estados da Bahia, Piauí, Ceará e Paraná. Mais de 30 mil pessoas já foram assassinadas em todo o país nos sete primeiros meses de 2018.

Em relação ao Maranhão, segundo o Mapa da Violência, 126 pessoas foram mortas por arma branca ou a tiros durante o mês de julho deste ano. Entre esses casos há o registro de 120 homicídios dolosos, quatro crimes de latrocínios e duas mortes por lesão corporal seguido de morte.

Ao longo dos meses, de janeiro a julho, foram 985 assassinatos em todo o estado. O mês de janeiro continua como o mais violento, com registro de 164 casos. Junho foi o segundo mais perigoso com 154 mortes violentas, seguido de fevereiro, 131 casos; março, 152; abril, 121; e maio com 137 assassinatos.

Grande Ilha

Um levantamento feito por O Estado, tendo como base o site da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e informações do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar) registrou nos sete primeiros meses deste ano, 217 casos de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguido de morte. Mais de 90% desses crimes foram cometidos com arma de fogo.

Somente os casos de homicídio doloso foram 200 e janeiro, até o momento, continua como o mais violento deste ano, com o registro de 42 mortes violentas. Junho é o segundo, com 42, fevereiro com 28; março com 22; abril com 31 e julho com 15 ocorrências.

Casos mais graves

Um dos casos que mais chamou a atenção este ano foi o assassinato do delegado da Polícia Federal David Farias de Aragão, de 35 anos, ocorrido no dia 5 de maio. De acordo com a polícia, três homens invadiram uma casa de praia onde a vítima e sua família participavam de uma festa familiar e anunciaram o assalto. Ao reagir, o delegado foi morto a tiros por um dos bandidos.

No último dia 13 ocorreu na 2ª Vara Federal, presidida pelo juiz Magno Linhares, a audiência de instrução que apura as circunstâncias desse assassinato. Foram ouvidas 13 testemunhas e os dois acusados, identificados como Davi Costa Martins e Wanderson de Moraes Baldez. Entre as testemunhas estavam os familiares da vítima, dois delegados da Polícia Federal e um agente policial federal.

Outro crime chocante ocorreu também em maio. Uma criança de apenas seis anos foi morta após ser atingida por bala perdida quanto voltava da igreja com sua mãe, no Bairro de Fátima, em São Luís. Segundo a Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), a morte foi provocada por desavença entre facções rivais.

Execução

A violência continua predominando na Região Metropolitana de São Luís. Somente na noite da última terça-feira ocorreram duas execuções, no Tibirizinho, zona rural da capital. Segundo a polícia, um adolescente de 16 anos, foi alvejado por homens não identificados, que fugiram em um veículo HB20 preto, de placas não identificadas.

Esses mesmos criminosos, segundo a polícia, teriam matado, também a tiros, Mateus dos Santos Unias, de 20 anos. O caso está sendo investigado pela Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP) e até o período da tarde de ontem não havia registro de identificação dos acusados. Há informações de que as duas vítimas tinham participação de ações criminosas na localidade, entre assaltos a coletivos e homicídio.

Ainda ontem, mais uma execução foi registrada, segundo o major Marcelo, comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar. Um homem, identificado como Novinho, que estava em companhia de sua namorada, foi executado com vários tiros na Avenida Principal da Vila Janaína, área da Cidade Operária.

O corpo foi coberto por um lençol até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística (Icrim). Ainda segundo informações do major, o autor desse crime seria um homem que fugiu a pé. Esse assassinato pode ter sido motivado por rivalidade entre faccionados que atuam na região. O crime vai ser investigado pela Polícia Civil.

Números

2.995

foi o número de pessoas assassinadas no decorrer do mês de julho de 2018 no país, segundo o mapa da Violência

985

foi o número de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguido de morte no Maranhão de janeiro a julho deste ano

217

crimes violentos registrados nos sete primeiros meses deste ano na Ilha; 126 ocorreram somente em julho no estado

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