Sem água

Mais de 400 famílias são prejudicadas por poço desativado no Turu

Gestão de empreendimento e condôminos gastam mais de R$ 2 mil mensais com carros-pipa porque poço está desativado, mas contas chegam regularmente

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Um poço, de responsabilidade da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), que abastecia os condomínios Marcelle I e II, localizados à Rua Projetada, no bairro Turu, está desativado e vêm prejudicando as 480 famílias que moram no residencial. Para suprir a demanda, a gestão dos empreendimentos e seus condôminos têm apelado para o abastecimento, por meio de carros-pipa, o que tem rendido a eles gastos mensais de mais de R$ 2 mil. Mesmo com a falta d’água, as contas seguem sendo entregues regularmente aos condomínios.

O poço foi uma obra realizada com o intuito de atender plenamente a população da localidade, que dependeria deste abastecimento alternativo. Embora fosse esse o objetivo, quando instalado em um terreno que hoje acumula lixo e vegetação crescente – além de o próprio sistema estar, aparentemente, abandonado –, a eficiência do poço foi de curto prazo e não cumpriu seu objetivo inicial e principal.

“O governo fala e faz propaganda de água para todos, mas, infelizmente, não é assim que tem acontecido e, muito menos, o que tem sido feito. Há muito tempo os moradores desses condomínios sofrem a falta d’água e os gastos que temos são altíssimos, praticamente inviável arcar com a demanda”, frisou o síndico do Condomínio Residencial Marcelle II, Francisco Almeida.

As gestões atuais dos condomínios dizem que os problemas para desativação e inatividade do poço são desconhecidos e que, mesmo não abastecendo os dois condomínios, a Caema continua a faturar a dívida mensal de ambos os residenciais, que já somam, cada um, uma dívida que entorna mais de 160 mil. “Nós não sabemos o porquê dessa inatividade, nunca nos deram resposta. São mais de dois mil reais por mês, isso não pode acontecer. O poço é uma responsabilidade da Caema e um direito dos moradores. A nossa dívida com a Caema, que não deveria faturar contas por causa do desabastecimento, é impagável”, declarou a subsíndica do Condomínio Residencial Marcelle I, Ana Rita Almeida. "A desativação e inatividade do poço afeta não só os condomínios Marcelle I e II, mas, também, todos os outros empreendimentos residenciais do local, que têm enfrentado a mesma rotina, a de comprar água de carros-pipa", acrescentou o síndico, Roberto Cláudio Rocha.

Iniciativa
Em vista da problemática persistente há anos, a atual gestão dos empreendimentos residenciais que vêm sofrendo os efeitos da inatividade do poço protocolou um ofício, no dia 20 do mês passado, junto à Caema, mas alegou que o órgão ainda não a procurou para tratar sobre o requerido: uma conversa a fim de se encontrar uma saída urgente para resolução do problema, especifica o documento destinado ao presidente da Companhia, Carlos Rogério.

A subsíndica do Condomínio Marcelle I disse que, após o protocolo do ofício, a Caema enviou uma equipe ao local que realizou serviços no poço, que não garantiu o retorno do abastecimento. “Ele [o presidente da Caema] não nos chamou depois do ofício protocolado, mas logo foi encaminhada uma equipe de serviços para a região do poço onde foi feita, apenas, uma limpeza e sequer estipularam prazo para a efetivação do abastecimento, ou seja, não adiantou de nada”.

Em visita ao local da denúncia, na manhã de ontem (20), O Estado achou abertos os portões que deveriam garantir privativa a área, onde foi perfurado o poço e instalado o sistema elétrico de funcionamento das bombas, sem segurança nenhuma. Além de ter verificado o próprio comando (parte elétrica), danificado pela ferrugem.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou, em nota, que o processo de recuperação do poço está na fase de finalização, o que vai resultar em melhorias nos serviços de abastecimento no bairro. A Caema frisou, ainda, que está analisando as contestações das cobranças, uma vez que, apesar do poço passar por problemas, o abastecimento não foi totalmente comprometido.

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