LIXÃO

Lixão se forma nas proximidades do Mercado do Peixe, no Centro

Muito lixo espalhado e mau cheiro tem sido o ambiente perfeito para bando de urubus e pombos; ações educativas orientam para que população faça o descarte devido

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Lixo se acumula na área central da cidade; doenças e urubus proliferam, por falta de consciência da população
Lixo se acumula na área central da cidade; doenças e urubus proliferam, por falta de consciência da população (lixo)

Como acontece nas grandes cidades e suas grandes populações, São Luís e seus 1.094.667 habitantes - de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – ainda vivem a problemática da produção e o descarte do lixo, principalmente quando está ligada diretamente à falta de consciência da população, que é vítima de si mesma.
Na manhã de ontem (3), O Estado verificou um terreno tomado pelo lixo e um bando de urubus e pombos, no Anel Viário, em plena região central e nos entornos do Mercado do Peixe, espaço de bastante movimentação, em que a população ludovicense costuma realizar a compra de pescados e outros frutos do mar por estarem frescos.
O lixão que se formou na região, apesar de contribuir para um cenário caótico, tem sido, também, para turistas do estado e, principalmente, para aqueles que vêm de outras regiões do país, um cartão de visita nada agradável e nem tampouco convidativo para ser revisitado, realidade esta que precisa ser mudada, a bem não só da imagem de organização da cidade, mas da própria população.

Riscos
O lixão, além de reunir o bando de urubus, que não causa doenças, também reúnem pombos – aves que, por dificilmente serem caçadas por outros animais, sua população cresce muito rápido e o aumento de sua quantidade tornou-se um grave problema de saúde, pois podem causar várias doenças graves e que podem levar à morte ou deixar sequelas, onde se destacam a salmonelose, criptococose, histoplasmose, ornitose e meningite. Os pombos são atraídos pelos restos de alimentos descartados, como acontece no terreno.
Além dos riscos de doenças, que não são poucos, há também, de maneira voraz, a agressão ao meio ambiente. Os lixões costumam ser infestados por doenças e facilitam as suas proliferações, a exemplo de torna-se o espaço perfeito para a proliferação do mosquito Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Outro problema, ainda, é o chorume – líquido que escorre na decomposição do lixo – que compromete a cultivação de plantas (independentes de suas espécies) na área, além de contaminar quaisquer lençóis freáticos presentes no subsolo e espalhar a contaminação para outros lugares.

Responsáveis pela limpeza
O Comitê Gestor de Limpeza Urbana informou que a área próxima ao Mercado do Peixe, no Anel Viário, trata-se, assim como verificado por O Estado, de um ponto de descarte irregular na região central de São Luís, e informou que, para coibir o acúmulo de lixo no local, têm sido realizadas frequentes ações de limpeza por meio dos serviços de remoção manual e mecanizada, somando a retirada de até 40 toneladas de resíduos em cada ação, e que já iniciou estudos técnicos ambientais para a implantação de um Ecoponto no entorno.
Por meio de nota, o comitê pediu ainda o apoio dos comerciantes da região para que não sejam feitas descargas irregulares na área e que o tanto Mercado do Peixe quanto o Portinho contam com coleta diária, assim como em todo o Centro de São Luís.
Por fim, o Comitê frisou que desenvolve ações de educação ambiental junto às escolas da rede municipal, estadual e privada, bem como reuniões em associações de moradores e de bairro para informar sobre a importância do descarte ambientalmente adequado dos resíduos domésticos.

Ações
Atualmente, as ações estão sendo desenvolvidas nas escolas da rede municipal da Cidade Operária. O órgão também está trabalhando em uma legislação que permitirá aplicar multas e outras sanções aos cidadãos e empresas que façam o descarte irregular de resíduos sólidos em São Luís.

PARA DENUNCIAR

A população pode denunciar o descarte irregular por meio de fotos e vídeos encaminhados para o WhatsApp do Comitê Gestor de Limpeza. Identificado o autor do descarte, ele é notificado com base na Lei Municipal Nº 4.590, de 11 de Janeiro de 2006, também conhecida como Lei de Muros e Calçadas; e no Código de Postura do Município de São Luís (Lei Nº 1.790/1968), onde constam responsabilidades da administração municipal e da população quanto à limpeza urbana. Conforme a natureza do resíduo e da área em que ele for descartado, o autor pode também responder por crime ambiental. Seguem os números para denúncias de descarte irregular: Central de Atendimento: 0800 098 1636
WhatsApp da Central de Atendimento: 99123-7492

SAIBA MAIS

Doenças que podem proliferar com o lixo
Salmonelose:
Doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação humana ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais;
Criptococose: provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos;
Histoplasmose: Provocada por fungos que proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos;
Ornitose: Provocada por fungos que proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação humana ocorre pela inalação dos esporos;
Meningite: Inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.

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