Editorial

Saúde fora do eixo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Mais uma situação absurda evidencia o sucateamento da saúde no governo Flávio Dino (PCdoB). Único hospital de referência em alta complexidade da rede estadual, o Hospital Carlos Macieira (HCM) não está realizando exames de ressonância magnética porque o único aparelho disponível para o procedimento está quebrado. Sem o equipamento, centenas de pacientes agonizam sem diagnóstico e tratamento adequado para diversas doenças e têm suas vidas ameaçadas.

O problema já dura várias semanas, segundo fontes bem situadas na rede de saúde do Estado. A ressonância magnética é um exame para diagnóstico por imagem que retrata os órgãos humanos, em alta definição, por meio da utilização de campo magnético. Sem esse importante aparato tecnológico usado pela medicina, o tratamento e a cura de pacientes cujo diagnóstico requeira avaliação mais aprofundada tornam-se inviáveis.

Crianças, adultos e idosos, muitos em estado grave, aguardam em leitos do HCM ou até mesmo em casa para fazer o exame de imagem, de alta resolução e essencial para a indicação dos tratamentos para doenças diversas, algumas de caráter letal. E mesmo diante do risco que correm os enfermos, não se vê uma ação concreta para reverter o quadro. Nem mesmo uma resposta oficial o governo Flávio Dino se dá ao trabalho de emitir, a fim de tranquilizar quem vive o drama e a incerteza quanto ao tratamento e a cura.

O descaso com a saúde é uma marca registrada do atual governo. E, como se não bastasse a omissão, a atual gestão já foi flagrada mais de uma vez cometendo atos inapropriados no setor. Um dos episódios emblemáticos da malversação de recursos da saúde no mandato de Flávio Dino foi a prisão, em novembro de 2017, da ex-subsecretária da pasta Rosângela Curado, em uma operação da Polícia Federal, sob a acusação de liderar um esquema que resultou no desvio de R$ 18 milhões que deveriam ser investidos na área. Passado menos de um ano do escândalo, que teve repercussão nacional, a mesma Rosângela ressurge como candidata a deputada estadual, com uma desenvoltura que causa revolta e, pasmem, com o apoio da cúpula do mesmo governo cuja imagem manchou.

O mesmo sistema estadual de saúde que teve volume expressivo dos seus recursos escoado pelo ralo da corrupção carece de melhorias básicas para funcionar a contento e salvar vidas, verdadeiramente. Faltam remédios, material hospitalar e nem mesmo os profissionais contratados, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, têm direito a um salário digno, pago em dias. E a cada dia multiplicam-se as denúncias de mau atendimento em hospitais, UPAs, centros de saúde e demais unidades que integram a rede.

Voltando ao aparelho de ressonância magnética, não há qualquer previsão de quando estará consertado e novamente apto a realizar os exames. Enquanto isso, os pacientes são tratados de forma precária, sem o diagnóstico preciso para suas doenças. Um caso grave de desassistência, típico de um governo que massacra seu povo de várias maneiras, inclusive com a negação do direito à saúde.

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