Editorial

Sobre educação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Vem de berço a boa educação. Isso quer dizer que é ensinada em casa e não na escola. Os pais não devem atribuir aos docentes a sua responsabilidade. Cabe a eles ensinarem seus filhos a se comportarem, tratarem bem as pessoas e zelar pelo patrimônio da mesma maneira que zela pelo que é seu, em particular.

Mas, o que esperar de filhos cujos pais sequer sabem o que se trata de coletividade, do que é bem comum. Pergunta-se: como fazer o cidadão entender que o que está do lado de fora da sua casa, também lhe pertence e por isso ele deve zelar por aquilo?

Como crescem os filhos de quem pouco se importa com o meio ambiente e joga lixo todos os dias em rios, galerias, cria lixões, descarta sujeira em qualquer lugar, contanto que não esteja à sua vista?

O que dizer de pessoas que reclamam da invasão diária de mosquitos e animais peçonhentos em suas casas, do odor fétido da galeria entupida de esgoto e detritos, e do acúmulo de sujeiras em seu bairro, quando são as primeiras a querer se livrar do lixo - que deveria ficar ensacado em suas portas à espera da coleta diária -, e os descartam irregularmente na mesma galeria agora sobrecarregada e pútrida.

Dois exemplos rápidos da falta de educação do cidadão, falta de respeito com o bem comum e total falta de noção de coletividade, podem ser vistos no bairro Areinha e na Ilhinha.

Na primeira, não adianta a Prefeitura de São Luís instalar placas e solicitar aos moradores que não joguem lixo na galeria que passa no bairro, e em seu entorno. Eles continuam fazendo-o e com isso, se acumula sujeira, mosquitos, ratos e baratas, porque, quanto mais a limpeza pública recolhe, mais eles descartam, em um verdadeiro ciclo vicioso, no qual os moradores próximos admitem e afirmam que, logo após a coleta, já chega gente com sacos de lixo, depositando-os no mesmo lugar, ainda que haja coleta diária pelas ruas do bairro.

O lixo que um morador de um bairro joga na galeria, faz com que aqueles que moram ao seu redor, sofram cada vez mais com o mau cheiro e outras mazelas geradas por aquele acúmulo. Mas, quem liga, desde que a sujeira não seja em sua casa?

Na Ilhinha, embora não haja galeria para servir como depósito de lixo, ao longo da Avenida Ferreira Gullar há vários focos de lixões, criados por moradores da região, também apressados em se livrar dos detritos. Eles não podem esperar o dia da coleta. Têm de descartar logo o seu lixo, porque é importante que fiquem longe dele, ainda que sua sujeira importune outras pessoas.

Mesmo os contêineres que foram instalados na via, a fim de reduzir os lixões, muitas vezes ficam vazios, enquanto a maioria do lixo é jogado ao seu redor, em uma total falta de educação.

Na mesma via há um ecoponto, mas os moradores não se dão ao trabalho de descartar os materiais que ali são recebidos para reciclagem, e os misturam aos restos orgânicos e jogam ao redor do contêiner mesmo, porque é mais prático e não lhes dá trabalho.

E a ideia se resume a se livrar do seu lixo para que a sua casa fique limpa, mesmo que com isso as casas dos vizinho e de grande parte de outros moradores da mesma área, fiquem empesteadas, ainda que o bem comum seja desrespeitado e o senso comum de coletividade seja esquecida.

Como mostrar aos filhos dessas pessoas que isso é errado, quando eles crescem vendo seus pais fazerem e fazerem como se fosse certo? Como educar essas crianças que nascem no lixo e mostrar que esse tipo de atitude egoísta e irascível, não prejudica apenas os outros, mas a sua família também?

Como mudar o pensamento destes adultos mal educados? Até hoje, apesar dos esforços, o Município não conseguiu incutir na mente dessas pessoas a importância de pensar no outro como parte do seu grupo social, de cuidar do bem comum como algo seu, para que possa utilizá-lo hoje e mais tarde. Parece uma tarefa bem difícil ensinar ao cidadão a viver em sociedade, quando cada um prefere sua bolha comodista.

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