COLUNA

Sem explicação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

O governador Flávio Dino (PCdoB) apegou-se a um equívoco adjacente da matéria sobre os gastos de seu governo com o MST - extraída de reportagem de O Globo - para esconder o fato principal: sua gestão deu nada menos do que R$ 20 milhões para que os Trabalhadores Sem Terra ajudassem a manter crianças na escola, em povoados e vilarejos do interior.
O equívoco - assumido dignamente pelo editor de Política, jornalista Marco Aurélio D’Eça - se deu na informação dos dados do Ideb, que mede o avanço do ensino no país. Em vez de escrever 2015, D’Eça escreveu 2017; e no lugar de “quanto maior o número, pior o ensino”, deveria ter dito, quanto menor o índice, pior o ensino.
Mas o assunto do texto não era o Ideb. E por isso, indigna foi a postura do governador comunista, que foi pessoalmente às redes sociais atacar o jornal, escondendo o essencial e deixando de responder o principal: por que o seu governo pagou R$ 20 milhões para um movimento ligado diretamente às esquerdas e ao PCdoB ajudar na educação do Estado, com um método criado em Cuba, país também ovacionado pelo mesmo PCdoB?
Reportagem da revista Veja, nas bancas esta semana, alerta para o surgimento de líderes autoritários e autocratas chegando ao poder em todo o mundo. Segundo a revista, entre outros defeitos de origem, esses líderes - vistos como “salvadores da pátria” por causa da descrença da população com a Política - têm um perfil comum: o ódio à imprensa e a tentativa quase diária de desqualificá-la. A revista cita entre esses autocratas figuras como Vladimir Putin, na Rússia, Donald Trump, nos Estados Unidos e outros como Rafael Corrêa, no Equador, para ficar mais próximo do Maranhão. Os ataques de Dino à imprensa - notadamente ao jornal O Estado - o coloca no mesmo patamar dos autocratas. E do autoritarismo das republiquetas.

Inelegibilidade
A idenúncia da chapa de Flávio Dino pelo MDB é apenas a primeira de uma série delas, por vários motivos e não apenas por causa da presumida inelegibilidade do vice, Carlos Brandão (PRB).
Flávio Dino terá impugnações por abuso do poder econômico, compra de votos e uso da máquina do governo.
As ações servirão de base para outras duas, mas graves ainda, que podem resultar na cassação da candidatura do comunista, ou na anulação da eleição, caso ele seja eleito.

Que siga em frente
Na ação, os emedebistas argumentam que Flávio Dino deu o exercício do mandato de governador a Brandão com o objetivo aberto de torná-lo inelegível.
E ainda provocam o comunista, dizendo que, se ele se acha acima das leis e das regras, que mantenha o vice até o processo chegar ao TSE.
- Quem viver, verá, provoca o documento do MDB.

Novo nome
Há quem já discuta nos bastidores da coligação de Flávio Dino a substituição de Carlos Brandão.
E uma das possibilidades é a retirada da candidatura senatorial da deputada federal Eliziane Gama (PPS), para torná-la a substituta do vice.
Assim, além de resolver o problema que contamina a chapa, o comunista abre vaga de candidato a senador para um indicado do PT.

Vice tucana
O PSDB decidiu fazer da deputada Graça Paz uma espécie de vice em stand by do senador Roberto Rocha.
A parlamentar é mulher do coordenador de campanha do próprio Rocha, Clodomir Paz, e tem importante atuação na Assembleia.
Como Graça é de casa, dizem os tucanos, poderá ser substituída sem problemas até o dia 15, quando termina o prazo para registro de chapas.

Sabatina
Marcada para quinta-feira, 9, a reunião que vai definir a ordem das entrevistas da Sabatina O Estado com os candidatos a governador.
Os convites foram feitos a todos os candidatos desde ontem - e serão formalizados por meio de Ofício, entregue pessoalmente ao coordenador de cada uma das campanhas.
A ordem dos candidatos será definida na presença de representantes de cada partido ou coligação.

Outro caminho
O ex-vereador Paulo Roberto Pinto, o Carioca (PRTB), roubou a cena na convenção da candidata ao governo Maura Jorge (PSL), no último sábado, 4.
Além de criticar o comando do próprio partido e o governador Flávio Dino, ele deixou claro que apoiará os candidatos a senador Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV).
Detalhe: os dois candidatos compõem a chapa da ex-governadora Roseana Sarney (MDB).

DE OLHO
R$ 1,77 milhão é quanto a Polícia Militar vai gastar com aluguel de veículos para serem usados no período eleitoral.

E MAIS
• O PSDC já está na coligação do senador Roberto Rocha, mas o Pastor Bel ainda tenta na Justiça reverter sua destituição do comando da legenda.

• Líder do governo Flávio Dino na Assembleia, o deputado Rogério Cafeteira disse que o DEM aceita receber o prefeito Luís Fernando, defenestrado do PSDB.

• Perguntar não ofende: com a candidatura agora sub judice, o governador Flávio Dino vai insistir até quando para manter o vice Carlos Brandão?!?

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