Separatista

Puigdemont irá para Bélgica após Espanha retirar mandado de prisão

Líder separatista catalão está na Alemanha, onde era ameaçado de extradição por rebelião

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

BERLIM - O presidente regional deposto da Catalunha, Carles Puigdemont, anunciou ontem que voltará para a Bélgica "neste fim de semana", depois que a Justiça espanhola retirou o mandado de prisão emitido contra ele. Puigdemont está na Alemanha desde que foi detido nesse país, em 25 de março, por ordem da Justiça espanhola, quando voltava de carro de uma viagem para a Finlândia.

Antes disso, no entanto, o líder separatista se encontrava na Bélgica desde o final de outubro de 2017, país onde se instalou para escapar da ação da Justiça espanhola dias depois da malsucedida declaração unilateral de independência no Parlamento catalão.

Em entrevista coletiva na capital alemã, ele assegurou que, a partir de agora, sua "atividade política se concentrará na Bélgica" com o objetivo de continuar promovendo a independência Catalã e internacionalizar a causa. No país, buscará instalar o chamado Conselho da República, que há meses se colocou como um organismo dirigente do movimento separatista do exílio. Ao mesmo tempo, Puigdemont vai preparar o lançamento de um partido político que reúna as diferentes correntes do separatismo.

"Todo mundo sabe, nesse momento, que esse já não é um assunto doméstico espanhol que se possa resolver de portas fechadas, mas que há um olhar europeu sobre a questão catalã. Em Bruxelas, temos que continuar a tarefa e desenvolver atividades na linha do que o povo da Catalunha aprovou em 1º de outubro", garantiu o ex-dirigente em alusão ao referendo, declarado ilegal pela Justiça espanhola e que não contou com as garantias habituais desse tipo de consulta. Ele foi deposto com todo seu governo pelo Executivo central espanhol em 27 de outubro.

Puigdemont agora é livre para se mover pelo exterior desde que, na quinta-feira, 19, o juiz espanhol responsável pelo caso contra a cúpula separatista retirou as ordens internacionais de prisão emitidas contra ele contra outros cinco líderes separatistas.

A decisão foi tomada depois que um tribunal da Alemanha descartou, recentemente, a possibilidade de extraditar Puigdemont pela acusação de rebelião. Esse crime tem pena prevista de até 25 anos de detenção. O tribunal alemão confirmou que extraditaria o espanhol apenas pela acusação de malversação de fundos, menos grave, em relação aos gastos públicos empregados na organização do referendo de 1º de outubro.

Outros nove separatistas continuam em prisão preventiva na Espanha, acusados de rebelião.

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