Espionagem

"Flávio Dino cometeu crime de responsabilidade", diz Edilázio

Parlamentar pediu celeridade no encaminhamento do pedido de afastamento do governador, acusado de usar a Polícia Militar para espionar adversários

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Edilázio cobra rapidez em tramitação de impeachmnent
Edilázio cobra rapidez em tramitação de impeachmnent (Edilázio Júnior)

SÃO LUÍS - O deputado estadual Edilázio Júnior (PSD), autor do pedido de impeachment contra o governador Flávio Dino (PCdoB), protocolado na semana passada na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, afirmou que a peça aponta crime de responsabilidade cometido pelo chefe do Executivo.

Ele pediu celeridade no encaminhamento do pedido aos órgãos técnicos da Casa, a fim de que sejam considerados todos os requisitos de admissibilidade e abriu espaços para que outros colegas, se assim desejarem, subscrevam o pedido.

"Em conversa com um decano na advocacia do Estado do Maranhão, dr. Pedro Leonel Pinto de Carvalho, mostrei todas as notícias que haviam sido dadas pelos meios de comunicação, blogs, jornais e quando ele olhou ele ficou pasmo, com essa situação, com essa limitação de ir e vir, desse monitoramento que a oposição vem sofrendo no estado. Ele fez uma peça muito bem fundamentada, uma peça muito rica, processualmente falando e que foi protocolada por mim aqui na última quinta-feira", disse.

De acordo com Edilázio, o crime de responsabilidade está caracterizado no caso – do monitoramento da Polícia Militar a adversários do comunista -, sob aquilo que determina a Lei do Senado 1.090, de 1950.

"A lei é bem clara quando diz no seu artigo 7º, com relação aos crimes de responsabilidade, que servir-se da autoridade - no caso o governador -, com os seus subordinados, e usar dessa subordinação para praticar o abuso de poder, e no caso foi isso que o governador fez quando deixou haver uma interferência da Polícia Militar, o crime está caracterizado", explicou.

Ele ainda citou o depoimento de oficiais e a falta de transparência da PM na condução da sindicância – que até o momento não teve o resultado publicado -, fortalecem o pedido de impeachment.

"Fica aqui o meu apelo para que [o pedido] possa tramitar pela parte técnica da Casa o quanto antes e que possamos colocar em votação e, assim, saber o que cada parlamentar acha de o governador autorizar a Polícia Militar a investigar, fichar e perseguir aqueles que não rezam a sua cartilha", finalizou.

Líder minimiza pedido

O líder do governo Flávio Dino (PCdoB) na Assembleia Legislativa, deputado Rogério Cafeteira (DEM), minimizou ontem (2), nas redes sociais, o pedido de impeachment do comunista protocolado pelo deputado Edilázio Júnior (PV) na Assembleia Legislativa. Para ele, denúncia formulada pelo oposicionista “nenhum fundamento”.

“Desespero por falta de votos faz as pessoas se prestarem a cada papel ridículo… A última é um pedido de impeachment contra o governador Flávio Dino, sem nenhum fundamento e que só mostra o desespero de quem se acostumou a viver no poder e não se conforma por tê-lo perdido. Lamentável!”, escreveu o deputado no Twitter.

No pedido de impeachment, Edilázio acusa Flávio Dino de crime de responsabilidade e de improbidade administrativa devido à Circular da Polícia Militar determinando o monitoramento de adversários políticos do governador que poderiam “causar embaraços” no pleito eleitoral. A peça foi construída junto com o advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho.

Saiba Mais

O pedido de impeachment de Edilázio aponta ato de improbidade administrativa de Flávio Dino e crime de responsabilidade, no episódio que ganhou repercussão nacional e ficou conhecido como "espionagem da Polícia Militar" a adversários políticos do chefe do Executivo. Ele tomou como base ofícios da PM que ordenavam o monitoramento da oposição. A Circular n° 098/2018 determinava o fichamento de lideranças de oposição que pudessem provocar "embaraços" no pleito eleitoral de outubro.

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