Milhões em conta

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

A relação próxima do empresário Carlos Miranda com os generais do comunismo maranhense - notadamente o governador Flávio Dino e seu lugar-tenente Márcio Jerry, deu à empresa que passou a ser controlada por ele, a Aldo Oberdan Montenegro - ME, uma prosperidade financeira não apenas em 2014, mas a partir de então.
Miranda, frequentador do Palácio dos Leões até em dias em que se encontrava com Dino de bermudas, transformou a empresa que vivia da cobertura de festas e casamentos, em um potente negócio, que movimentou quase R$ 3 milhões entre 2014 e 2016, como comprovam os extratos bancários já em poder da Procuradoria-Geral da República.
Miranda conseguiu o controle da Oberdan Montenegro, também conhecida por AldoImagem LTDA., a partir de uma Procuração assinada pelo dono da empresa, que tem o mesmo nome da razão social, Aldo Oberdan Oliveira Montenegro. E o que seria apenas uma transferência de controle para cobertura de festinhas de aniversário transformou-se em um festão, só descoberto após o fisco cobrar do titular da conta o pagamento de impostos devidos neste período.
Os depósitos milionários - que continuaram também em 2017 e até em 2018 - foram feitos por meio de “transferências on-line”, “depósitos em conta”, “créditos em conta” e “pagamento de fornecedores”, mas todos sem identificação clara do depositante. E, agora, será o próprio Carlos Miranda quem terá que se explicar à Justiça Federal.

Consolação
O governador Flávio Dino mandou oferecer ao PT uma das suplências do deputado federal Weverton Rocha (PDT) na disputa pelo Senado.
Recebeu para isso o aval do secretário Chico Gonçalves e do presidente da legenda, Augusto Lobato, ambos atrelados ao próprio governo.
Mas as lideranças maranhenses e nacionais do PT entendem que a oferta é baixa para a importância eleitoral do partido.

Ele vai
Embora partidos que compõem a base do governo comunista trabalhem uma espécie de boicote ao pré-lançamento da candidatura de Eliziane Gama, Flávio Dino já confirmou presença.
- Eu estarei lá - afirmou o governador, ao reforçar o convite para o evento deste sábado.
O reforço de Dino é uma tentativa de quebrar a resistência de legendas como PT, PR, DEM e PSB ao nome da deputada federal na chapa majoritária comunista.

Bolsomínions
A ex-prefeita Maura Jorge (PSL) aposta num upgrade de sua candidatura ao governo após a passagem do presidenciável Jair Bolsonaro pelo Maranhão.
Ela avalia que a força eleitoral do seu candidato a presidente possa alavancar seu nome a ponto e disputar vaga no segundo turno das eleições maranhenses.
Para isso, vai explorar ao máximo a relação com Bolsonaro até o final do primeiro turno.

Esvaziado
O governador Flávio Dino tentou esvaziar o evento de Bolsonaro com anúncios de eventos parecidos, no mesmo dia da visita do presidenciável ao Maranhão.
Mas não conseguiu coincidir as datas e acabou desistindo do contraponto.
Agora, enfrenta dificuldades para levar aliados para o evento que está programando para sábado, esvaziado pelos partidos de sua base.

Pela eleição
O aliciamento do Palácio dos Leões ao prefeito Luciano Genésio (PP), de Pinheiro, se dá por uma fragilidade política do próprio gestor.
Inexperiente poiliticamente, Luciano tem como único objetivo no mandato eleger a mulher, Thaiza Hortegal, para a Assembleia Legislativa.
E aceitou compor a base comunista - mesmo com adversários do peso de Othelino Neto (PCdoB) e Fábio Macedo - para garantir seu projeto.

Casal rejeitado
A história política do Maranhão conta vários casos de prefeitos que saíram do nada, elegeram-se em suas cidades, elegeram a mulher para a Assembleia e sumiram, dois anos depois.
É o caso, por exemplo, de Sebastião de Deus, em Timon, e Antonio Lisboa, em Bacabal.
No mandato de prefeito, os dois elegeram as respectivas esposas, queimando-se com o eleitorado, que renovou seus mandatos; e ambos os casais desapareceram do cenário político.

DE OLHO
R$ 2,9 milhões Foi o dinheiro que entrou na conta da empresa AldoImagem LTDA, desde que ela passou a ser controlada pelo empresário Carlos Miranda.

E MAIS

• Na surdina, o vice-governador Carlos Brandão aciona pareceres jurídicos que possam dar garantias de que sua candidatura não será defenestrada pela Justiça Eleitoral.

• O governador Flávio Dino não sabe, sequer, escrever o nome de sua candidata a senadora, utilizando o S no lugar do Z de Eliziane.

• A Copa do Mundo da Rússia, e o eventual desempenho do Brasil, servirão como uma espécie de catarse coletiva neste período de pré-campanha eleitoral.

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