Não há como escapar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

O PCdoB, o governo Flávio Dino e os seus aliados têm tentado minimizar os efeitos da denúncia segundo a qual o partido lavou dinheiro na campanha eleitoral ele 2014. Mas a cada explicação - ou tentativa de - os comunistas se enrolam cada vez mais em uma teia que levanta suspeitas gravíssimas de ilegalidade pura e simples para eleger Flávio Dino governador.
O partido admite ter uma dívida, de cerca de R$ 800 mil, com a empresa Aldo Oberdan Pinheiro Montenegro-ME. Mas não consegue explicar para onde foram esses R$ 800 mil, já que os R$ 1,3 milhão entraram e saíram da conta do partido no mesmo dia. E se não pousaram na conta da empresa, para algum outro lugar foi desviado.
Outro problema envolve as notas fiscais da Aldo Oberdan Montenegro. Os documentos comprovam o recebimento do dinheiro total - e não apenas parte, como alega o PCdoB. É bem nesse ponto que se levantam as suspeitas de lavagem de dinheiro, uma vez que o dinheiro saiu da conta do PCdoB. A empresa - que neste período estava sob administração de um terceiro, ligado ao próprio partido, e não do seu titular - emitiu a nota dando conta do recebimento, mas apenas parte do recurso chegou, efetivamente, na conta.
O curioso, e ainda mais complicado para os comunistas é que as datas coincidem com as suspeitas envolvendo o partido de Flávio Dino e as empresas investigadas na operação Lava Jato. Foi nessa época, segundo delatores, que foram repassados recursos para o PCdoB, e para o próprio Dino, segundo relatos nunca investigados pelo Ministério Público Federal.
O PCdoB, portanto, pode dizer o que quiser - e tem mostrado em suas notas que não tem muito o que dizer -, mas não conseguirá escapar, pelo menos, de ter de se explicar à Justiça Eleitoral e à Justiça Federal. E se a explicação continuar nesses termos, terá problemas sérios a resolver no futuro.

Ameaça
O empresário Aldo Oberdan Montenegro, que denunciou o uso de sua empresa para suposta lavagem de dinheiro do PCdoB, diz ter sofrido ameaça de morte dos comunistas.
- Falei com o presidente do partido na época, o nome dele hoje não me lembro mais. Ele virou para mim e disse assim, se eu não tinha medo de morrer. Eu disse: “Mas eu não fiz nada de errado, meu irmão” - contou o empresário.
A ameaça de morte também consta na denúncia que o empresário prestou e que faz parte da Representação encaminhada à Procuradoria-Geral da República.

Repercussão
A suspeita de lavagem de dinheiro na campanha do PCdoB deve ser um dos temas de hoje, no plenário da Assembleia Legislativa.
Deputados de oposição pretendem trazer novas denúncias e novas provas de que os comunistas teriam movimentado recursos de forma irregular na campanha de 2014.
O assunto deve render durante todas as sessões desta semana.

Vendo longe
O ex-deputado e ex-secretário Joaquim Haickel decidiu meter a colher na crise interna do PSDB maranhense.
Para Haickel, “José Reinaldo vê mais longe do que todos os membros do PSDB juntos”, ao defender uma aliança em torno do deputado estadual Eduardo Braide (PMN).
O ex-deputado diz não ver consistência na candidatura de Roberto Rocha a ponto de garantir presença no segundo turno.

Recorrente
As irregularidades na pesquisa do Data Ilha não são novidades nos números deste instituto, que surgiu em São Luís exatamente no período do governo Flávio Dino.
A empresa já foi denunciada diversas vezes no Tribunal Regional Eleitoral, mas continua fazendo levantamentos.
E consegue divulgar números mesmo sem comprovação de que ouviu entrevistados.

Fake news I
Filiado ao PCdoB, o advogado Gutemberg Braga é o responsável por um site apócrifo, criado em fevereiro, para espalhar notícias falsas contra a ex-governadora Roseana Sarney (MDB).
Além de trabalhar no escritório que mantém contrato com o Detran-MA, Braga foi também candidato a vereador pelo mesmo PCdoB de Flávio Dino, obtendo pouco mais de 200 votos.
O site também está na mira da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Eleitoral como disseminador de fake news.

Fake news II
Os disseminadores de fake news Fabrício Oliveira e Uberlandes Alves continuam em plena atividade, mesmo já denunciados à Justiça Eleitoral.
Os dois mantêm contas em redes sociais e participam de aplicativos de troca de mensagem com o único objetivo de disseminar notícias falsas contra adversários de Flávio Dino.
E pensar que, num ato de cinismo, o PCdoB foi um dos signatários de uma acordo com o TSE para evitar a disseminação de fakes news.

DE OLHO
R$ 820 mil É quanto o governo Flávio Dino vai pagar a uma empresa especialista em gerenciamento de WhatsApp, exatamente no período eleitoral.

E MAIS

• O Instituto Data Ilha conseguiu apresentar pesquisa para presidente mesmo sem comprovar que tenha, de fato, aplicado os questionários no Maranhão.

• Curiosamente, o líder do governo comunista na Assembleia, Rogério Cafeteira, elogiou a decisão de afastamento do delegado de Mirinzal, para ele exemplo de estado policialesco.

• O PT maranhense agora defende o nome do ex-secretário Márcio Jardim para compor a chapa de candidatos a senador na condição de suplente.

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