O que querem esconder?

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

O deputado estadual Sousa Neto (PRP) cobrou do Governo do Estado o resultado da sindicância que investigava a emissão de uma circular da Polícia Militar (PM) determinando o levantamento de dados de adversários de Flávio Dino (PCdoB) que pudessem atrapalhar o processo eleitoral. O parlamentar questionou se a sindicância foi concluída e, se foi, qual o resultado.
Por e-mail, O Estado buscou informações oficiais junto à Secretaria de Comunicação e Articulação Política (Secap), que é comandada por Ednaldo Neves, sobre esta sindicância. Não houve resposta.
Mas, afinal, o que o governo quer esconder em relação a este caso de espionagem institucional usando a Polícia Militar? Ou será que depois do vazamento dos depoimentos de membros da corporação que apontaram para a existência de um coordenador eleitoral dentro da PM - no caso o coronel Heron Santos - a sindicância foi extinta?
O fato é que o secretário de Segurança, Jefferson Portela, precisa se posicionar a respeito. Até mesmo porque durante todo o episódio - que teve várias versões - o delegado garantiu que tudo seria investigado de forma transparente e os culpados seriam punidos.
De acordo com informações passadas pela Secap, o pedido de informações já foi para a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), mas de lá nunca veio a resposta. Será por qual motivo?
Talvez a tentativa seja deixar o caso cair no esquecimento, o que será difícil, pois há representações no Ministério Público Federal (MPF) com pedidos de investigação do caso. Ainda há muito o que se falar sobre a espionagem no Maranhão.

Corre o risco
É válido lembrar que o Governo do Estado tem a obrigação e dever de prestar esclarecimentos à sociedade em um caso que envolve atores públicos e com um caso que pode mexer no processo eleitoral.
O secretário Jefferson Portela deve, ao menos, responder ao questionamento do deputado Sousa Neto sobre a sindicância que apura a ordem de espionar opositores do governo.
É preciso apontar os responsáveis e é necessário que haja sanções aos envolvidos. Caso isso não ocorra, sobrará um forte cheiro de pizza no ar.

Afastamento
O líder do governo de Flávio Dino, deputado Rogério Cafeteira (DEM), usou as redes sociais para apoiar o afastamento do delegado Jorge Antônio Silva Santos, de Mirinzal.
Segundo Cafeteira, o afastamento foi justo e já deveria ter ocorrido há muito tempo por serem os atos do delegado um “exemplo de estado policialesco”.
O que causa estranheza na manifestação do líder governista é que o delegado foi o que prendeu injustamente o ex-prefeito de Mirinzal, Amaury Almeida, que acabou perdendo a eleição para o candidato do governo Jadilson Coelho (PSB).

PAM
O ex-deputado José Genésio, pai do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio, engrossou o coro dos descontentes com o governador Flávio Dino.
Ele, durante entrevista a uma rádio, disse que apoiou a eleição de Dino em 2014, mas estava arrependido. Reclamou que o comunista é perseguidor e ditador.
Genésio é mais um que faz parte do Partido dos Arrependidos do Maranhão (PAM), que tem outros nomes, como o senador Roberto Rocha (PSDB).

Campanha
O ex-secretário de Esportes Márcio Jardim, que foi preterido pelo governador Flávio Dino, intensificou sua “campanha” nas redes sociais para ser o candidato ao Senado pelo PT.
Após declarações recentes da presidente petista Gleisi Hoffmann de que o partido quer Jardim como candidato a senador, ele decidiu sair das cortinas e buscar o espaço na chapa de Dino.
Mas será mesmo que o PT poderá ganhar o espaço nesta chapa? Nos bastidores, o governador tem dito que não e o que o PT vem fazendo é atrapalhar algo já definido.

Como ficará?
Para Dino, a chapa majoritária está fechada. O PT já foi contemplado com espaços no governo.
E diante da pressão dos petistas, Dino diz que está disposto a encarar o partido do ex-presidente Lula para bancar a chapa escolhida por ele.
E, claro, com a posição fixa do comunista, o PT já fala em chapa sem um candidato ao governo com apenas uma candidatura ao Senado.

Apoios
O deputado federal Zé Reinaldo Tavares (PSDB) segue fazendo sua pré-campanha em atos isolados.
E o que chama atenção aos apoiadores da campanha de Tavares é que muitos prefeitos são da base de apoio de Flávio Dino.
Parece que Dino não quis Zé Reinaldo, mas os prefeitos aliados querem. E como ficarão os candidatos ao Senado da chapa de Dino, sem apoio dos prefeitos?

DE OLHO

R$ 1,6 milhão é o valor já pago, em 2018, à empresa Informe, que trabalha a comunicação do governo de Flávio Dino fora do Maranhão.

E MAIS

• Somente Augusto Lobato, que preside o PT no Maranhão, e os deputados Zé Carlos e Zé Inácio, buscam a aliança do PT com o PCdoB a qualquer custo.

• O presidente do PSL no Maranhão, Chico Carvalho, está convidando os simpatizantes da candidatura de Jair Bolsonaro a fazer um ato de apoio ao presidenciável na chegada dele a São Luís.

• Bolsonaro desembarca no estado dia 14, quinta-feira, às 12h. Depois, participa no Multicenter Sebrae de ato político do PSL e, em sequida, segue para jantar com empresários.

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