Tensão

Israel ataca Hamas em meio a informações contraditórias

Trégua não foi confirmada por autoridades israelenses, apesar de afirmação palestina; ontem, Israel bombardeou 25 postos militares vinculados ao Hamas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Homem caminho em meio a detritos após ataques israelenses na Faixa de Gaza
Homem caminho em meio a detritos após ataques israelenses na Faixa de Gaza ( Homem caminho em meio a detritos após ataques israelenses na Faixa de Gaza )

GAZA - O Exército israelense anunciou que atacou 25 posições militares do Hamas na Faixa de Gaza durante a terça-feira, 29, em meio a informações contraditórias sobre um cessar-fogo. Um dirigente da organização fundamentalista islâmica confirmou as declarações da Jihad Islâmica, outro movimento palestino, sobre um acordo de trégua, aparentemente com a mediação do Egito. Porém, o ministro israelense da Inteligência, Yisrael Katz, negou a existência formal de qualquer cessar-fogo. Na manhã de ontem, no entanto, a fronteira entre os dois países não registrou quaisquer conflitos.

Os bombardeios israelenses paralisaram Gaza provisoriamente. O Exército não fez nenhuma advertência nas últimas horas, após uma série de disparos de morteiros na véspera. A Faixa de Gaza e as zonas fronteiriças israelenses registraram na terça-feira o confronto mais grave entre as forças israelenses e os grupos armados palestinos desde a guerra de 2014. Israel afirmou que atingiu com aviação e artilharia dezenas de posições do Hamas, que governa o território, e da Jihad Islâmica, segunda força em Gaza.

Os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica reivindicaram o lançamento de dezenas de projéteis contra Israel na terça-feira, 29, em reposta, segundo os movimentos palestinos, a ataques do Exército israelense contra suas posições. Uma dessas investidas matou três integrantes da Jihad Islâmica no domingo. De acordo com o Exército, mais de 70 foguetes e morteiros foram lançados da Faixa de Gaza contra Israel, mas vários foram derrubados pelos sistemas de defesa aérea. Três soldados israelenses ficaram levemente feridos e não houve vítimas palestinas.

Ontem, Israel bombardeou 25 postos militares vinculados ao Hamas, incluindo fábricas de foguetes, refúgios de drones e "infraestruturas militares".

Cessar-fogo

A Jihad Islâmica havia anunciado na terça-feira à noite, 29,um acordo de cessar-fogo entre os movimentos palestinos - incluindo o Hamas - e Israel, com a mediação do Egito, histórico intermediário entre as duas partes. O Egito, que já foi a potência dominante em Gaza, é um dos dois únicos países árabes a manter relações com Israel.

Khalil al-Hayya, auxiliar do líder do Hamas na Faixa de Gaza, confirmou ontem que uma trégua foi alcançada "graças a um determinado número de mediadores", o que foi negado pelo ministro israelense da Inteligência.

"Israel não deseja que a situação se deteriore, mas quem desencadeou a violência deve encerrá-la. Israel o fará pagar (Hamas) pelos disparos", afirmou.

A escalada de tensões na terça-feira, 29, após semanas de violência na fronteira entre Israel e Gaza, ressuscitou o fantasma de um novo conflito no território, cenário de três guerras desde 2008. Israel e Hamas, com seus aliados, observam desde 2014 um cessar-fogo que é desafiado regularmente.

Diplomatas e analistas afirmam que o isolamento de Gaza pelo bloqueio israelense e egípcio, a crise econômica e a ausência de um horizonte político desestabilizam a situação. O governo dos Estados Unidos, aliado de Israel, denunciou os disparos palestinos "contra instalações civis" e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira.

Casas na Cisjordânia

Também ontem, Israel aprovou a construção de 1.958 novas casas para colonos na Cisjordânia ocupada, informou a ONG israelense Paz Agora, contrária à ocupação dos territórios palestinos.

O anúncio foi feito poucos dias depois do ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, ter afirmado que buscava a aprovação final para a construção imediata de mais de 2.000 novas casas na Cisjordânia, o que gerou críticas

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