Ecos do absolutismo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

Em 2006, com a eleição do governador Jackson Lago (PDT), iniciou-se um ciclo de absolutismo e perseguição à imprensa e aos adversários nunca antes visto na história do Maranhão.
Qualquer um que ousasse se posicionar contrário aos interesses do governo estabelecido sofria, imediatamente, perseguição jurídica e midiática e desmoralização com claro objetivo de intimidar novas ameaças ao establishment.
É preciso deixar claro que Jackson, desde os tempos de prefeito, sempre foi um democrata, que convivia perfeitamente com as críticas.
O problema é que, com Jackson, chegou ao governo uma penca de gente não admitia perder o que achava ter conquistado.
Esse período absolutista e obscuro passou com a retomada do poder por Roseana Sarney (MDB), em 2009.
Mas o mesmo obscurantismo perseguidor daqueles tempos voltou agora na gestão do governo Flávio Dino (PCdoB). Voltou com boa parte daqueles que tocaram o terror entre 2006 e 2009, mas também com outros, ainda mais sedentos de poder.
Hoje, qualquer um que ousa discordar do governo comunista é massacrado por uma turba que gravita em torno de sua gestão e quer impor o pensamento a qualquer custo.
Dino é assim, não afeito a críticas e perseguidor de contrários.
Mas assusta o fato de que agentes públicos, que deveriam garantir a isonomia de processos políticos, aceitem ser usados por gente intolerante e incapaz de conviver com a crítica.
Se Flávio Dino e sua claque conseguem perseguir quem não reza em sua cartilha - políticos, jornalistas, servidores públicos -, o clima já estaria insuportável em um estado só sob a égide comunista.
Mas quando as instituições acabam sendo usadas para atender a essa turma, aí torna-se irrespirável o ambiente político.

Censurador
O governador Flávio Dino demonstra que não dará espaço para os seus adversários o criticarem durante a campanha eleitoral.
Já na pré-campanha, a ordem do comunista é acionar toda e qualquer pessoa que faça críticas a ele ou a sua gestão, mesmo que seja apenas chamá-lo de mau gestor.
A intenção de Dino é intimidar seus adversários, e também jornalistas, com censuras via processos judiciais. Mas isso não é novidade. Deverá somente ser mais intenso em 2018.

Absurdo
Um dos blogs alugados pelo Palácio dos Leões decidiu utilizar notícia bem antiga para atingir adversários de Flávio Dino.
Isso não é qualquer novidade, até mesmo porque quem alimenta o tal blog é um ex-secretário conhecido por gostar de criar e espalhar fake news.
E o problema nisso tudo, além do crime de distribuir notícias falsas, é o uso de dinheiro público para manter blogs simplesmente para atacar adversários.

No Supremo
Para quem se sente intimidado ou censurado pelas decisões da Justiça Eleitoral, um dos caminhos mais rápidos para quebrar a censura é o Supremo Tribunal Federal.
Quem considerar abusiva a determinação de tirar notícias ou comentários de redes sociais ou blogs pode entrar diretamente com uma Reclamação ao STF.
Com base na decisão que cassou a antiga Lei de Imprensa, o Supremo tende a cassar também o que considera censura à liberdade de expressão.

A jato
O que tem chamado a atenção na censura imposta por Flávio Dino é a rapidez quase meteórica com que as decisões são tomadas no TRE-MA.
A mesma velocidade de análise não se vê com representações impetradas por outros candidatos.
Para se ter uma ideia, há pelo menos 13 ações e representações contra Flávio Dino e aliados, das quais apenas duas já tiveram decisões, e mesmo assim liminarmente.

Dois interesses
Há um claro conflito de interesses do secretário de Saúde Carlos Lula e as ações do PCdoB e de Flávio Dino na Justiça Eleitoral.
Todas essas ações são assinadas pelo escritório que pertence a Lula.
Embora o secretário afirme que se afastou da função para exercer cargo público, soa conflituoso que sua empresa aja como cliente e patrono das mesmas causas.

Nem aí
Principais interessados na questão, o senador Roberto Rocha e o deputado Eduardo Braide foram os únicos a silenciar na crise entre o ex-governador José Reinaldo e o seu agora PSDB.
Tavares foi duramente criticado por tucanos do peso do ex-prefeito Sebastião Madeira ao reafirmar, na tarde de sábado, a candidatura de Braide a governador.
Mas nem Rocha, que também é candidato - e pelo partido de Tavares - nem Braide, principal beneficiário da declaração, deram qualquer opinião sobre o caso.

No interior
O ex-deputado Ricardo Murad (PRP) prepara um ato político de pré-candidatura ao Governo do Estado ainda no mês de junho.
A partir de então, o ex-secretário sairá para uma agenda de articulações pelo interior maranhense.
Murad quer visitar sobretudo os municípios onde entregou modernos centros de saúde.

DE OLHO

R$ 500 mil É o dano causado ao erário de Bom Jardim pela ex-prefeita ostentação Lidiane Leite, o que levou à sua condenação na Justiça Federal.

E MAIS

• O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo Federal, Sérgio Etchegoyen, confirmou ontem a prisão de sete manifestantes no Maranhão ligados à greve dos caminhoneiros.

• Em discurso de boas-vindas, o presidente do TRE, Ricardo Duailibe, exaltou a ontem a chegada do mais novo membro da Corte Eleitoral, Gustavo Araujo Villas Boas.

• Para Duailibe, não havia momento mais oportuno, destacando o vasto conhecimento jurídico do empossado. Para o presidente do TRE, Villas Boas reforça a garantia de boa distribuição da Justiça para a sociedade.

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