Fantasmas rondam

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

A princípio envergonhados, os movimentos que defendem uma nova intervenção militar no país começam a ganhar corpo nas redes sociais e já se assumem publicamente. Pior: esses movimentos têm a ampla participação de jovens estudantes, o que torna a ameaça de fantasmas do passado ainda mais perigosa, sobretudo diante do movimento político atual.
Ontem, esses movimentos pró-militares ganharam força em São Luís, com a convocação de simpatizantes para uma espécie de “abraço” no quartel do 24º Batalhão de Infantaria de Selva, na Praça Duque de Caxias, no João Paulo. Prejudicada pela chuva que caiu no fim da tarde, a convocação, feita pela União da Direita Maranhense (UDM), reuniu alguns jovens e adultos em uma espécie de momento cívico, com direito a hino nacional e discursos pseudo-patriotas.
O filósofo Leandro Karnal diz que se espanta a cada vez que vê um jovem defender intervenção militar no país. Para ele, um estudante que faz isso mostra total desconhecimento da história. E os mais velhos sofrem falta de memória. Karnal é um dos maiores críticos do sentimento pró-militar e vê com reservas a candidatura presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
A Ditadura Militar foi um dos momentos mais sombrios do Brasil. Milhares foram mortos, outros tantos desapareceram, além de não existir, à época, liberdade de manifestação e de expressão, com dura censura à imprensa, às artes e à classe política.
Os fantasmas que rondam o país se manifestam sobretudo pela falta de perspectiva do povo brasileiro, diante do mar de corrupção exposto no país e a crise de credibilidade da classe política. Mas, citando novamente Karnal, é muito melhor contestar e tentar aperfeiçoar a democracia do que tentar simplesmente destruí-la. Até porque, sem democracia, nem essas manifestações contra ela própria teriam condições de acontecer. E muito menos um texto como esse.

Inverdades
O governo Flávio Dino passou toda a semana passada fazendo propaganda duvidosa sobre os impostos dos combustíveis.
Dizia a propaganda comunista que o Maranhão tinha a menor alíquota de ICMS para os derivados de petróleo.
Só que, diante das revelações documentais segundo as quais o Maranhão está longe dessa realidade, a própria Secretaria de Fazenda agora diz que o estado está em terceiro, não em primeiro lugar.

O vice
A praticamente confirmada inelegibilidade do vice-governador Carlos Brandão (PRB) está gerando uma espécie de guerra surda pela vaga nos bastidores do governo.
PT, DEM e o próprio PCdoB se movimentam nos bastidores para garantir a indicação, e forçam para que esta decisão seja tomada imediatamente.
Como se sabe, Brandão se tornou inelegível ao assumir o governo depois do dia 7 de abril, o que é proibido pela lei.

No TCE
Uma das saídas que o governador Flávio Dino tenta encontrar para a situação de Brandão é a ida dele para o Tribunal de Contas do Estado.
Haverá uma vaga aberta ainda este ano e o nome do vice pode passar a ser de interesse do governo.
Isso porque Brandão não pode concorrer a nenhum outro cargo no Maranhão, a não ser o de governador.

Outro caminho
O ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB) deu nova mostra no fim de semana de que não se envolverá diretamente na campanha do senador Roberto Rocha (PSDB).
No sábado, ele próprio anunciou - pela enésima vez - que o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) será mesmo candidato a governador.
Tavares é um dos principais articuladores da campanha de Braide, mesmo com Roberto Rocha na disputa.

Bolsonaro
Confirmada para o dia 16 de junho a passagem do deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência, pelo Maranhão.
Ele vai cumprir agenda em São Luís, ao lado da pré-candidata do partido ao governo, ex-prefeita Maura Jorge.
Mas a União da Direita Maranhense (UDM), que defende a candidatura de Bolsonaro, também quer fazer movimentos com o presidenciável.

Posse no TRE
Tomará posse perante o Tribunal Regional Eleitoral, na tarde de hoje, o eminente jurista Gustavo Araujo Vilas Boas.
A partir dessa posse, então, a Corte Eleitoral voltará a funcionar com a sua composição completa.
A coluna deseja-lhe sucesso e sabedoria no novo membro do TRE.

DE OLHO
R$ 7,49 Foi o preço a que chegou a gasolina em alguns municípios do Maranhão, semana passada, por conta da greve dos caminhoneiros e o valor do ICMS.

E MAIS

• A cúpula do Palácio dos Leões não gostou nada da movimentação independente do prefeito Edivaldo Júnior, semana passada, para liberar o tráfego na entrada de São Luís.

• A Famem tem começado a achar que a Assembleia Legislativa empurra com a barriga a votação da PEC que regulamenta as ações do Tribunal de Contas.

• As facções que controlam o Complexo de Pedrinhas ameaçam quebrar o acordo que têm com o governo comunista para manter a paz dentro dos presídios.

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