O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin pediu, anteontem (15), abertura de inquérito para apurar repasses de R$ 40 milhões da J&F a políticos da cúpula do MDB. O montante teria sido distribuído aos nomes fortes da sigla durante a campanha eleitoral de 2014. O pedido de Fachin foi registrado no sistema do STF nesta quarta-feira (16).
Edson Fachin atendeu a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que demandou abertura de inquérito em abril passado. Segundo Raquel Dodge, a decisão deveria ser acatada por conta das colaborações premiadas de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, e de Ricardo Saud, executivo da J&F.
Em sua delação, Sérgio Machado afirmou que fez o repasse de propina para pelo menos 25 políticos de diferentes partidos
Em sua delação premiada, Sérgio Machado afirmou que fez o repasse de propina para pelo menos 25 políticos de diferentes partidos, dentre os quais MDB, PT, PSDB e DEM.
Os pedidos de doações eram realizados pelos próprios políticos. Machado, então, solicitava o repasse às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro: "Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", afirmou.
Machado também disse nos depoimentos que a JBS, empresa do Grupo J&F, teria feito doações à bancada do MDB no Senado em 2014. Os R$ 40 milhões direcionados ao partido teriam sido pedido do PT.
Ricardo Saud, da J&F, corroborou a versão de Machado, garantindo que houve pagamento de R$ 46 milhões a senadores do MDB. De acordo com o delator, o Partido dos Trabalhadores estava comprando o apoio dos emedebistas para as eleições de 2014.
A Polícia Federal deverá receber o inquérito e terá 60 dias para coletar provas
Quadro
Lista de depoentes
- Sérgio Machado
- Joesley Batista, dono do Grupo J&F
- Ricardo Saud, executivo do grupo J&F
- Renan Calheiros
- Jader Barbalho
- Eduardo Braga
- Eunício Oliveira
- Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda
- Dario Bergher
- Helder Barbalho
- Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro do Turismo
Comprador do triplex
fala em “objeto do desejo”
Empresário arrematou imóvel atribuído a Lula por R$ 2,2 milhões
O empresário Fernando Gontijo disse nesta quarta-feira, 16, que o triplex do Guarujá, pivô da condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é "objeto de desejo para muitas pessoas".
Gontijo arrematou na terça-feira, 15, o apartamento do Condomínio Solaris por R$ 2,2 milhões, lance mínimo, ainda em primeira praça.
A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que o ex-presidente recebeu propinas da empreiteira OAS no mesmo montante, na forma de melhorias e ampliação do apartamento em troca de contratos com a Petrobras.
Lula nega ter recebido propinas e afirma que nunca foi dono do triplex que o levou para a cadeia - condenado a 12 anos e um mês de reclusão, o petista cumpre pena na sede da PF em Curitiba desde 7 de abril.
Gontijo, que já tem condenação em ação de improbidade como alvo da Operação Confraria, da Polícia Federal na Paraíba, esclareceu na nota oficial que arrematou o triplex na condição de "investidor do mercado imobiliário, com especial atenção aos leilões judiciais, onde há boas oportunidades de negócios".
"Trata-se de um imóvel icônico, raro, único, conhecido no Brasil e que tem forte apelo para negócios futuros, por ser objeto de desejo para muitas pessoas."
O empresário faz projeção otimista. "Como se trata de imóvel sem impedimentos legais após a expedição da carta de arrematação judicial, tenho a expectativa de que venha a ser tornar um bom investimento imobiliário."
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