SÃO LUÍS - Basta mudar o clima para que São Luís volte a sofrer com os casos de virose. Para atender à demanda, que aumenta a cada dia, unidades de saúde públicas e privadas ampliaram o número de médicos e técnicos por plantão. Especialistas afirmam que o mais recomendável com a manifestação dos sintomas (febre, dores no corpo, dor de cabeça, náuseas e diarreia) é procurar um hospital.
No Socorrinho do São Francisco, por exemplo, são registrados quase 100 atendimentos por dia de pessoas acometidas pela virose. Na maioria dos casos, o tratamento é o mesmo, ou seja, o combate ao sintoma que se manifesta, seja com o uso de antitérmicos ou medicamentos que atenuem as dores musculares causadas pela doença. Na tarde de quarta-feira, 9, O Estado esteve na unidade de saúde, mantida pelo Município, e constatou que os profissionais devem seguir um protocolo, caso haja algum paciente com suspeita da virose.
No setor em que os pacientes recebem os medicamentos, todas as cadeiras estavam ocupadas. Uma das pessoas que estava recebendo medicamento intravenoso era a funcionária pública Luciana Gaúcho. Ela contou que esteve há três dias em outra unidade de saúde com os mesmos sintomas, ou seja, febre, dores abdominais e dores no corpo. “Pensei que estivesse melhor, mas voltei a sentir os sintomas, e ainda com mais força”, disse.
A jovem Bruna Oliveira, de 16 anos, moradora da Liberdade, informou que inicialmente tentou se medicar em casa. Com a persistência dos sintomas, a jovem buscou ajuda mais especializada. “Eu tive de vir a esta unidade de saúde, pois já estou preocupada, ainda mais com essa mudança de clima”, disse. Ela afirmou que, antes dos sintomas, esteve exposta a chuva. “E agora estou assim. Espero ficar melhor logo”, afirmou.
Outros postos, como as UPAs, também recebem pessoas acometidas de virose, diariamente. Alguns locais, de acordo com os pacientes, estão lotados e com dificuldades para atender a população. O Estado apurou que unidades particulares da cidade estão, durante alguns períodos do expediente, limitando a entrada de pacientes nos setores de urgência e emergência, devido à grande procura.
Crianças, as principais vítimas
Apesar de acometer adultos, a virose atinge mais crianças, em vários bairros de São Luís. Com apenas 1 ano e dois meses, Hellen Santana esteve em uma unidade de saúde da capital com febre, vômito e diarreia. Ela foi medicada com soro de reidratação e um antitérmico.
A mãe da criança, Hosana Gomes, não crê que este tratamento surta efeito. “Desde a semana passada, estivemos em quatro unidades de saúde e não conseguimos que ela ficasse melhor. O tratamento é sempre o mesmo, e a gente não acredita mais nele”, disse, abatida.
Especialistas opinam
Apesar da preocupação de boa parte da população quanto às viroses, médicos afirmam que o mais recomendável é combater os sintomas e não fazer uso, de forma indiscriminada, de antibióticos.
Segundo a infectologista Maria dos Remédios Freitas, o paciente deve procurar imediatamente ajuda médica. “Nestes casos, é fundamental que a pessoa procure um hospital e busque um tratamento o quanto antes”, disse. Para a médica, caso os sintomas apontem para uma virose, a orientação é que o paciente procure um setor ambulatorial.
SAIBA MAIS
Possível surto?
Por enquanto, autoridades públicas de saúde descartam a possibilidade de surto de virose na cidade. Em 2015, por exemplo, a administração pública municipal admitiu o descontrole na disseminação virótica e tomou medidas, como a elevação do número de médicos nas principais unidades públicas de saúde e a adoção de medidas profiláticas com base em recomendação do Ministério da Saúde.
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