Eleições

Da prisão, Lula envia carta à reunião de prefeitos com presidenciáveis

Encontro da Frente Nacional de Prefeitos reuniu 11 dos principais candidatos a presidente; petista lembra suas ações em favor dos municípios em suas gestões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Prefeitos reuniram-se com presidenciáveis
Prefeitos reuniram-se com presidenciáveis (Prefeitos)

Ausente do encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) que reuniu 11 dos principais presidenciáveis deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta à organização do evento para suprir a ausência de um "representante" da candidatura do PT no evento. No texto, o petista diz lembrar de sua atuação em favor da entidade durante sua gestão e criticou a intervenção no Rio de Janeiro e o fim da CPMF, que, na sua opinião, teria tirado recursos da saúde.

"Soube que, infelizmente, houve alguns desencontros e não foi possível a apresentação de um representante da candidatura do PT, por isso lhes envio essa carta", inicia o documento. "Antes de eu ser eleito presidente da República em 2002, a Marcha Nacional de Prefeitos chegou a ser recebida com cachorros e tropa de choque em Brasília por presidentes que só buscavam os prefeitos no período eleitoral. No meu governo criei uma sala permanente de atendimento aos prefeitos no Palácio do Planalto", continua. "E garanto: nenhum governo atendeu tão bem os prefeitos quando das gestões onde fui presidente."

O ex-presidente não comentou sobre a situação de sua própria candidatura, mas diz que só um governo eleito conseguirá recuperar a economia. "Boa parte do prolongamento da crise econômica vem da crise política, que impediu ou atrasou em 2015 a implementação de medidas necessárias para ajustes e retomada de crescimento", disse.

Lula ainda elogia algumas vitrines das gestões petistas, como o programa Mais Médicos, e critica a adoção de medidas a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e a PEC do Teto dos Gastos, que impediria a transferência de mais recursos para áreas como a saúde. "Qualquer candidato que não enfrentar o problema da PEC do teto dos gastos estará enrolando os prefeitos e a população sobre como dar mais apoio aos municípios no financiamento da saúde pública", criticou. O líder petista ainda lembrou do fim da CPMF, em 2007, que teria sido vendido como "uma derrota de Lula e do PT", mas que "foi mesmo foi uma derrota do Brasil, das prefeituras, dos brasileiros, que ficaram sem esses repasses para os crescentes gastos com a saúde."

Questionado sobre a ausência do PT no evento, o presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB), explicou que a federação teve duas declinações, os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Flávio Rocha (PRB), que disseram que não poderiam estar presentes em virtude de outros compromissos. Além disso, a decisão coletiva de não aceitar representantes, mas apenas os candidatos declarados, fez com que o PT não enviasse representante. "O PT nos solicitou que fosse enviada representação. Nós não aceitamos. Quero registrar que o pré-candidato do PT mandou uma carta assinada por ele, que vamos depois passar à imprensa e subir no site", comentou Donizete, que é prefeito de Campinas.

Ministro do STF envia ação contra

Aécio para a primeira instância

Investigação se refere ás obras da Cidade administrativa, em que Aécio é denunciado por propina de R$ 5,2 milhões

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou um dos oito inquéritos contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na Corte para a primeira instância da Justiça de Minas Gerais.

Trata-se da investigação sobre desvios nas obras da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro. O inquérito foi aberto com base na delação premiado de executivos da empresa Odebrecht, que relataram o repasse de R$ 5,2 milhões em propina ao parlamentar. O senador Aécio Neves ainda é alvo de outros sete inquéritos no STF e figura como réu em uma ação penal desdobramento da Lava Jato.

Os crimes de corrupção teriam ocorrido a partir de 2007, quando Aécio era governador de Minas. Moraes aplicou a interpretação mais restrita do foro privilegiado que foi firmada na pelo plenário do STF.

Na semana passada, o plenário da Corte determinou que somente deveriam ser julgados no Supremo casos contra deputados e senadores envolvendo suspeitas de crimes cometidos durante e em relação com o mandato.

Por meio de nota, o senador disse que "jamais" participou da formação de cartel por conta das obras da Cidade Administrativa e que elas foram auditadas "em tempo real" por uma empresa independente. Segundo ele, o edital do empreendimento foi previamente apresentado ao Ministério Público de Minas Gerais e ao Tribunal de Contas do Estado. "A licitação foi objeto de ampla investigação por parte do Ministério Público Estadual que concluiu pelo arquivamento de falsas denúncias após constatar a regularidade de todos os procedimentos", escreveu a defesa do parlamentar.

Outros casos

Aplicando o mesmo entendimento sobre a restrição ao foro, Moraes enviou para instâncias inferiores outros cinco inquéritos e uma ação penal. Tais processos envolvem os deputados Roberto Góes (PDT-AP), Cesar Halum (PRB-TO), Carlos Henrique Amorim (DEM-TO), Luis Nishimori (PR-PR), Betinho Gomes (PSDB-PE), Rossoni (PSDB-PR) e Ricardo Teobaldo (Pode-PE).

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