Pastores e parentes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

Uma estranha coincidência marca as nomeações de capelães da Polícia Militar no governo Flávio Dino (PCdoB) e caracteriza ainda mais o crime eleitoral promovido pelo comunista. A maioria dos 50 capelães que chegaram à PMMA – e também aos demais órgãos do sistema de Segurança Pública – é formada por pastores da igreja Assembleia de Deus ou parentes deles, nomeados em postos policiais sem concurso e com altos salários na corporação.
E por trás das nomeações estão lideranças políticas da própria denominação, principalmente, o pastor Luiz Carlos Porto e a deputada federal Eliziane Gama (ambos do PPS). A nomeação generosa de capelães, aliás, foi tentada por iniciativa de Eliziane e Porto também no governo Jackson Lago (PDT), quando o pastor era vice-governador.
Foi nessa época que Jackson Lago foi apresentado às “doçuras” do apoio eleitoral evangélico e criou boa parte dos postos de oficiais PMs entregues a pastores, que fecharam com ele nas eleições de 2006 e seguiram nas eleições municipais de 2008, no apoio ao tucano João Castelo, curiosamente adversário de Flávio Dino naquelas eleições.
Quando Dino assumiu o governo, em 2014, foi levado ao poderoso presidente da AD em São Luís, pastor José Guimarães Coutinho, que se encarregou de “desfazer o mal-entendido” entre os fiéis. Em troca, Coutinho ganhou, de cara, duas vagas de capelão: uma para o próprio filho, Jessé Coutinho, e outra para o fiel escudeiro na área política, o pastor Fábio Leite, até então tido como “roseanista” na igreja. Ambos ganharam a patente de tenentes da PM.
Desde então, outros pastores – ou parentes destes – invadiram o oficialato da PM, dos bombeiros e postos de comando também na Secretaria de Administração Penitenciária. E agora se prepararam para ocupar vagas na estrutura da Polícia Civil.

Sem concurso
Os primeiros dois postos de capelão no Maranhão foram criados na estrutura da Polícia Militar em 1993.
O monsenhor Hélio Maranhão foi nomeado major e ganhou o posto de chefe da capelania, onde ficou até falecer, há três anos.
Pela igreja evangélica foi nomeado o pastor Mizael Rocha, que entrou como capitão e hoje já chegou a coronel.

Concursados
A figura do capelão nas estruturas do serviço militar e das forças de segurança, de fato, é prevista na Constituição Federal.
Mas a mesma Constituição exige concurso público para preenchimento das vagas, e em apenas alguns setores de suas instituições.
No Exército, na Marinha e na Aeronáutica, o acesso ao posto requer sólida formação acadêmica e altos estudos em institutos teológicos e religiosos.

Até na Assembleia
Pouca gente se dá conta, mas a Assembleia Legislativa também tem um capelão, posto criado também na época do governo Jackson Lago.
O ocupante do posto - que tem cargo em comissão - está lá desde o mandato do presidente João Evangelista.
Espécie de assessor da presidência da Casa, o capelão dá atendimento espiritual a funcionários.

Pós-Estevam
O envolvimento político da igreja Assembleia de Deus no Maranhão começou após a morte do seu então líder, pastor Estevam Ângelo de Sousa, em 1996.
Já a partir das eleições de 1998, o sucessor de Estevam, pastor José Coutinho, passou a trabalhar para garantir espaços para a denominação nas estruturas políticas.
Mas foi no governo Jackson Lago que a AD passou a ter influência política, de fato, criando, inclusive, um conselho político, responsável pela interlocução com os chefes de poder.

Em família
Mesmo com o entusiasmo retomado em relação à política, a deputada Graça Paz, agora no PSDB, ainda não decidiu se concorrerá à reeleição.
Ela trabalha com a perspectiva de apoiar o filho, advogado Guilherme Paz, também filiado ao PSDB.
A família Paz é entusiasta da candidatura do senador Roberto Rocha pelo PSDB.

Com ela
Outra família que se prepara para a disputa eleitoral é a do ex-prefeito e ex-deputado federal Paulo Marinho.
O candidato entre os Marinho será o vice-prefeito de Caxias, Paulo Marinho Júnior (PP), que também já teve passagem pela Câmara Federal.
E apesar de estar em uma legenda que forma na coligação do governador Flávio Dino, Marinho Júnior já declarou que apoia a candidatura de Roseana Sarney (MDB).

DE OLHO
R$ 9 milhões é quanto vão receber, em 2018, os 50 capelães da Segurança Pública, dos quais 36 nomeados pelo governador Flávio Dino, levando em conta salário médio de R$ 15 mil.

E MAIS

• O governador Flávio Dino ainda não encontrou o posto certo para criar as vagas de capelães na Polícia Civil, já que enfrenta resistência da Associação de Delegados da Polícia Civil.

• Seis partidos interpelaram judicialmente o governador Flávio Dino por afirmação dele, em rede social, chamando de “máfia” membros da oposição que propuseram intervenção na Segurança Pública.

• Apesar de pertencerem à base do governo comunista, vários deputados federais e estaduais já adiantaram que fecham com a candidatura de Sarney Filho ao Senado.

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