Sem solução

Casarão que desabou ainda não foi reformado

O Estado retornou ao local na tarde de ontem e constatou que imóvel tem sinais de deterioração, agravados com últimas chuvas

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Casarão que desabou parcialmente permanece sem obras e pode causar acidentes, se continuar a chover
Casarão que desabou parcialmente permanece sem obras e pode causar acidentes, se continuar a chover (Casarão)

O casarão localizado na esquina da Travessa da Passagem com a Rua do Sol, no Centro, que desabou parcialmente em fevereiro deste ano, ainda não foi recuperado quase três meses depois do incidente. O Estado retornou ao local na tarde de ontem, 2, e constatou que o imóvel ainda apresenta sinais de deterioração, agravados com as últimas chuvas na cidade, que, de acordo com os meteorologistas, devem continuar.

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) informou que o casarão é de propriedade particular e “objeto de processo na Justiça Federal”. Assim que o desabamento foi registrado, técnicos da Defesa Civil Municipal estiveram no lo­cal e realizaram uma vistoria. As informações, de acordo com a Semusc, foram encaminhadas para a direção do Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Sobre o assunto, até o fechamento desta edi­ção, a superintendência do órgão não emitiu parecer.

Segundo o último balanço da Defesa Civil Municipal divulgado no início deste ano, este era um dos 22 casarões da região Central da cidade que estavam sob amea­ça de desabamento. Procurado, o órgão ligado à Prefeitura de São Luís informou que o saldo de imóveis ameaçados permanece o mesmo.

Em vários pontos do Centro Histórico, é possível constatar outros imóveis que ameaçam cair a qualquer momento. Na Rua da Palma, há a maior concentração de casarões em situação física considerada precária. Grande parte dessas construções, devido aos riscos, está sem moradores. No entanto, um deles – situado na via – é ocupado por um morador. Questionado sobre o assunto, ele não quis informar as razões pelas quais permanece no imóvel.

Nenhum dos casarões observados por O Estado na Rua da Palma, e que estão sob o risco de desmoronamento, foi protegido com tapume. Em contrapartida, o imóvel da Rua do Sol, na esquina com a Travessa da Passagem, foi isolado. “Até hoje a gente trabalha aqui com medo”, disse o flanelinha José Augusto, que vigia carros a poucos metros do casarão.
Levantamento do Iphan apon­ta cerca de 1.500 imóveis tombados em São Luís e reconhecidos pelo órgão. Destes, ainda de acor­do com o Iphan, menos de 10% pertencem ao poder público, o que dificulta o trabalho de monitoramento, já que, muitas vezes, os imóveis permanecem fechados, impedindo qualquer avaliação mais específica dos técnicos do órgão federal. l

NOTA SEMUSC CASARÃO

A Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), por meio da Defesa Civil, informa que o casarão citado pela reportagem, que é propriedade particular, é objeto de processo na Justiça Federal. A Defesa Civil informa ainda que o mesmo já passou por uma vistoria do órgão em fevereiro deste ano e que o Iphan foi comunicado da ocorrência.

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