Plataformas

Reino Unido faz campanha para proteger crianças do uso de redes sociais

Ministro da saúde publicou carta em jornal dirigida a Facebook, Twitter, Instagram e Snapchat, dizendo que eles fazem ''vista grossa'' quando ao impacto que provocam

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

LONDRES - O Reino Unido procura proteger os menores do uso de redes sociais e, para isso, o ministro de Saúde britânico, Jeremy Hunt, afirmou ontem que o governo não hesitará em endurecer as leis se essas plataformas não não for feito algo a respeito.

O ministro publicou uma carta no jornal britânico "The Sunday Times" dirigida a Facebook, Twitter, Instagram e Snapchat, na qual os acusou de "fazer vista grossa" quanto ao impacto que o uso tem sobre as crianças.

Hunt deu um prazo de um mês para que informem sobre as medidas tomarão para proteger os menores ou, caso contrário, antecipou que o ministro de Cultura, Meios de Comunicação e Esportes, Matthew Hancock, está considerando endurecer a legislação.

"Me preocupa que suas empresas pareçam satisfeitas com uma situação na qual milhares de usuários descumprem seus próprios termos e condições quanto à idade mínima de acesso", escreveu o responsável da pasta de Saúde.

"Temo que estejam fazendo vista grossa com toda uma geração de crianças que estão expostos aos daninhos efeitos secundários emocionais das redes sociais de forma prematura", acrescentou.

Algo que qualificou de "moralmente incorreto" e "profundamente injusto para os pais" que têm de enfrentar a desagradável "escolha" de permitir que as crianças utilizem "plataformas às quais são muitos jovens para acessar" ou "excluí-las da interação social que frequentemente estão tendo a maioria de seus companheiros".

Atualmente, a idade mínima para acessar o Facebook, Instagram, Twitter e Snapchat é de 13 anos, ainda que esta última conta com uma versão para menores de 13.

"Estou preocupado com os meus filhos, de 3, 6 e 7 anos, porque a excessiva dependência das redes sociais está sendo normalizada", lamentou o político, que pediu que as autoridades revisem o impacto destas tecnologias na saúde mental dos jovens.

A presidente do Real Colégio de Psiquiatras do Reino Unido, Wendy Burn, concordou com o ministro ao considerar que "o autoregulamento" das redes sociais neste terreno "fracassou".

Compromisso

Por sua vez, o diretor de políticas do Facebook, Karim Palant, manifestou que seu grupo dá "as boas-vindas ao compromisso do ministro de Saúde" e assegurou que "compartilha sua ambição de criar um ambiente seguro e de apoio para os jovens 'on-line'".

Na semana que vem, o ministro de Cultura, Meios de Comunicação e Esportes se reunirá com 17 representantes das redes sociais mais populares entre os menores de 18 anos, entre elas, Facebook, Google, Instagram, Snapchat, YouTube, Twitter, AskFM, Tumblr e Pinterest, para abordar este assunto.

"Se não pudermos confiar em suas políticas, deveremos tomar a ação e não duvidaremos em endurecer a lei", afirmou Hancock.

Este debate ocorre após o escândalo que envolveu o Facebook, ao ser revelada a filtragem de dados de milhões de usuários da rede social.

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