Não basta falar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

O governador Flávio Dino (PCdoB), sua assessoria de comunicação, blogueiros e jornalistas alinhados ao Palácio dos Leões adotaram uma resposta ensaiada para tentar rebater as críticas à viagem do comunista a Curitiba – em visita a Lula –, enquanto o Maranhão sofria com as enchentes em vários municípios. Para explicar os custos das passagens da viagem particular de Dino, eles adotaram a tática de dizer, apenas, que foram pagos por ele mesmo.
Mas não basta dizer. Dino tem de provar que pagou suas passagens do próprio bolso. E até agora não fez isso.
Teve blog que até publicou imagem – ao que tudo indica distribuída pelo próprio Palácio dos Leões – com Dino em um ônibus de transporte interno do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando de sua volta da capital paranaense, provavelmente para provar que ele viajou em avião comercial.
Mas ninguém questionou se sua viagem foi de avião particular. Até porque, se isso tivesse ocorrido, nem era necessário este debate todo, pois provado já estariam os gastos de dinheiro público para o governador fazer política.
O que se pergunta – e agora de forma oficial, com documentos da Assembleia Legislativa – é quanto custou o passeio proselitista do comunista, quem pagou, de que forma, e a quem. E essas respostas precisam ser dadas, porque Dino é simplesmente o governador do Maranhão. E como tal, pode ter cometido um crime com viéis administrativo e eleitoral.

Sem palavra I
Flávio Dino diz que sua palavra basta para garantir que seus gastos em Curitiba foram pagos por ele mesmo.
Mas diante do que ele fez com o menino Davi Luca, de Vargem Grande, sua palavra não está valendo tanto assim.
Depois de posar em foto com a mãe do menino, chorar e dizer que arcaria com as despesas do tratamento, o comunista simplesmente abandonou a criança à própria sorte.

Sem palavra II
Para garantir o tratamento da criança de Vargem Grande, a própria mãe fez uma campanha de arrecadação para conseguir R$ 65 mil.
Depois da cirurgia, realizada no fim de março, em São Paulo, ela publicou um post no Facebook desabafando contra Flávio Dino.
E revelou que, depois de toda farsa midiática, o governador simplesmente deixou a criança à própria sorte.

Buracos
Os estragos da chuva não estão apenas em avenidas ou na periferia da capital, mas também visíveis em ruas históricas da Praia Grande.
Na área do Projeto Reviver, a força das águas abriu crateras em meio aos paralelepípedos. O cenário é de descaso no principal cartão postal da cidade.
Alô, poder público!

Desprezo
O que mais desgastou a imagem do governador comunista na caravana lulista a Curitiba foi a coincidência com as enchentes no interior maranhense.
Fazer política fora do estado mostrou-se mais importante que acompanhar de perto o drama dos desabrigados em cerca de 10 municípios.
E é por causa dessa atitude que ele tenta se explicar desde o início da semana.

Guerrilha
O PCdoB montou uma espécie de bunker jurídico para perseguir adversários do governo comunista na Justiça Eleitoral.
Outro bunker reúne jornalistas e blogueiros, pagos para desgastar a imagem dos opositores do governador com posts diários.
Na seara judicial, Dino tem perdido todas as tentativas; já na área jornalística, os operadores serão denunciados por criação de fake news.

Porões
Para atacar adversários na imprensa, Dino usa blogueiros de pouca credibilidade.
São os únicos dispostos a se deixar usar para publicar matérias produzidas nos porões do Palácio dos Leões, correndo risco de serem processados judicialmente.
Um dos exemplos são os ataques que já duram uma semana contra o icônico pai de santo codoense Bita do Barão.

DE OLHO

R$ 3,5 mil É o preço médio de uma passagem comprada às pressas no trecho São Paulo/Curitiba/São Luís, trecho que Flávio Dino voou esta semana

E MAIS

• Deputados governistas e de oposição criticaram a falta de ações efetivas do governo em relação às enchentes no interior maranhense.

• Chamou atenção da mídia maranhense o deboche contra Dino do jornalista Ricardo Noblat, cuja empresa recebe R$ 8 milhões por ano dos cofres maranhenses.

• Decisão judicial deve tornar tenso o clima na Câmara Municipal às vésperas da eleição para a Mesa Diretora da Casa.

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