Poder irritado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

O governador Flávio Dino mostrou-se mais irritado do que o normal nos últimos dias. Motivos não lhe faltam e vão desde a movimentação da oposição no interior - sobretudo as articulações da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) - até as ações judiciais envolvendo auxiliares, no âmbito criminal e eleitoral.
Conhecido pelo temperamento autoritário, Dino mostrou-se esta semana também agressivo, virulento, quase indo às vias de fato. Nas redes sociais, ele deixou o tom cínico e irônico com que comenta as questões políticas por agressão aos adversários, beirando o pessoal, sinal de que terá dificuldades de encarar os reveses da campanha.
Do alto de seu mandato, Dino nunca esperou ser confrontado de forma tão contundente. Pior: sem ter como dar resposta consistente. E as várias frentes que se formaram o tiraram completamente do eixo.
Na caravana que liderou no interior, Roseana Sarney comparou cada ação do seu governo com a falta de ação dos comunistas. E mostrou documentos para provar o que dizia. Em outra frente, Maura Jorge esteve na Região dos Cocais, confrontando o perfil autoritário do governador, do qual já foi vítima.
Sem falar nos discursos ferinos do deputado Eduardo Braide (PMN), mostrando o autoritarismo comunista também na montagem dos conselhos estaduais. Tudo isso fez com que Dino perdesse o controle emocional nesses dias. E a campanha está apenas começando.

Pastor-coronel
O ex-deputado Ricardo Murad (PRP) classificou de absurdo o aparelhamento que o governador Flávio Dino (PCdoB) vem fazendo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Murad diz que a prática é criminosa, covarde, antissemita e excludente, porque privilegia apenas uma religião em detrimento de outras.
E dentro dessa religião, favorece abertamente uma denominação religiosa em troca de garantias eleitorais.

Mais 10
O próprio Flávio Dino reconheceu que o aparelhamento da PM e do Corpo de Bombeiros privilegia apenas uma denominação.
E ele ainda pretende expandir a prática para outros setores da Segurança Pública, como revelou aos próprios líderes religiosos da denominação em foco.
No encontro com a profusão de oficiais-capelães, ele lembrou que eram apenas 14 e que aumentou o número para 50; e vai aumentar ainda mais, agora na Polícia Civil.

Candidatura
O senador Edison Lobão (MDB) descartou a possibilidade de voltar ao Ministério de Minas e Energia na reforma que ocorrerá agora em abril.
Ele confirma, entretanto, que poderá indicar um nome ao ministério.
- Não troco minha candidatura à reeleição por nenhum ministério neste momento- afirmou o senador.

Plena forma
Lobão tem sido uma das atrações da caravana liderada pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB) no interior maranhense.
Mostrou disposição para a corrida eleitoral e prestígio popular e político ainda em plena forma nos vários municípios pelos quais já passou.
- E nem estamos em campanha ainda. Apenas retomamos nossa agenda de articulação com as lideranças - observou.

Pressão
O governo partiu para cima do prefeito de Porto Franco, Nelson Horácio (PSD), que declarou apoio à ex-governadora Roseana Sarney durante passagem da caravana pelo município.
Horácio é aliado político do líder governista Rogério Cafeteira (DEM), que decidiu exigir do governo que pressionasse o gestor.
Mas as imagens espalhadas no início da semana não deixam dúvidas de onde, apesar das pressões, Horácio prefere estar.

Chantagem
Há quem garanta que a entrevista de Rosângela Curado a uma emissora de TV de Imperatriz foi apenas uma forma de pressionar o governo Flávio Dino.
Desde que foi presa, Curado perdeu o cargo que tinha na gestão comunista e nunca mais recebeu de um contrato que tinha da sua clínica com a Secretaria de Saúde do Estado.
A pedetista usou a imprensa para dizer que está viva aos seus esquecidos aliados.

DE OLHO

R$ 4,8 milhões Foi o total gasto pelo governo Flávio Dino com salário dos 50 coronéis-pastores da Polícia Militar nomeados por ele nos últimos dois anos.

E MAIS

• A investigação eleitoral do Ministério Público sobre o uso da máquina do estado alcança os secretários Márcio Jerry, Marcelo Vieira e Márcio Honaiser.

• Perguntar não ofende: se Flávio Dino criou a figura do coronel-capelão na PM e diz que vai criar também na Polícia Civil, então o Maranhão passará a ter delegados-capelães?

• A chuvarada que caiu sobre a cidade na manhã de ontem, praticamente parou toda a região metropolitana. E vem mais água...

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