Em greve

Carteiros cruzam os braços e pedem concurso no órgão

20 mil servidores dos Correios de todo o Maranhão decidiram paralisar atividades até que reivindicações da categoria sejam atendidas pelo órgão

NATÁLIA REIS / O ESTADO DO MARANHÃO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

SÃO LUÍS - Em greve. Foi isso o que 20 mil servidores dos Correios de todo o Maranhão decidiram ontem, até que seja resolvida a situação na qual se encontram. A decisão foi tomada pelos trabalhadores após muito tempo de espera, que, segundo eles estava sendo adiada aguardando a resposta às reivindicações já solicitadas.
Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares no Estado do Maranhão (Sintect-MA) uma das principais motivações da greve é o fato de os servidores serem contra as mudanças no plano de saúde da empresa, que preveem o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de dependentes dos contratos.
Ainda sobre as reivindicações, os trabalhadores pedem que seja feito um concurso público para a contratação de mais funcionários, principalmente carteiros, uma vez que após a saída de muitos deles o trabalho quase que triplicou,
obrigando os que ficaram a realizarem mais tarefas diárias.
O secretário-geral da Sintect-MA, Márcio Martins, os trabalhadores somente voltarão ás suas atividades normais após o atendimento das reivindicações. “Nós não vamos trabalhar com tantos problemas, nossa categoria está sendo tratada de uma maneira desrespeitosa e a única maneira que nos ouvir é fazendo esse ato, e continuaremos se nada for resolvido”, disse Márcio Martins.
“Nosso trabalho está crítico. Estamos trabalhando dobrado e não estamos recebendo por isso, pelo contrário, somos esquecidos. Querem nos impor normas contratuais, como o pagamento do plano de saúde, algo que deveríamos ter por direito. Precisamos de mais pessoas, porque se continuar assim, além de nós, a população será a principal prejudicada”, relatou o carteiro Daniel Costa Figueiredo.

Consequências
A greve dos Correios traz consequências à população. Isso porque milhares de pessoas receberão suas correspondências com atraso, além de ficarem impossibilitados de resolver situações urgentes, como a emissão e pagamento de documentos.
O motorista Vanderson Pereira Costa terá que esperar o final da greve para solucionar seu problema. “Vim hoje aqui para resolver uma situação minha e do meu pai, preciso emitir um boleto que só posso no Correios e fazer o pagamento. Terei que pagar com atraso”, disse ele.
Porém, há aqueles que são a favor do movimento, como o aposentado Ananias da Silva Oliveira. Ele destaca que os trabalhadores devem, sim, lutar por seus direitos, mesmo tendo que prejudicar algumas pessoas. “Só assim eles poderão ter o que querem, sem acomodação”, relatou.

Outro lado
Por meio de nota, a Superintendência Estadual de Operações do Maranhão informou que a greve é um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados.
Esclareceu que o plano de saú­de, principal pauta da paralisação, foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho e que, após diversas tentativas sem sucesso, a forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST.
Ainda segundo eles, a empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte do tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quan­do os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos.

Parados no Maranhão

Por conta da greve, a Agência Central de São Luís, em frente à Praça João Lisboa, no Centro Histórico de São Luís, se encontra fechada e sem funcionamento.
Além de São Luís, as agências de Carutapera, Pirapemas, Presidente Vargas, São João Batista, Turiaçu, Bacurituba, Bequimão e Matões do Norte também estão sem funcionar, atrasando a entrega de centenas de correspondências.

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