Tensão

Coreia do Norte chama sanções americanas de ''ato de guerra''

Novo pacote de medidas atinge empresas de navegação e comércio que ajudam a Coreia do Norte a burlar as sanções anteriores; governo norte-coreano prometeu represálias caso os Estados Unidos tenham a "ousadia" de enfrentar o Norte de forma "severa"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líder norte-coreano, Kim Jong-un
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líder norte-coreano, Kim Jong-un (Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líder norte-coreano, Kim Jong-un)

PYONGYANG - A Coreia do Norte classificou ontem de "ato de guerra" as novas sanções dos Estados Unidos, que de acordo com o presidente Donald Trump são as mais duras adotadas até o momento, segundo a France Presse. Porém, a Coreia do Sul diz que a vizinha está disposta a dialogar com os americanos.

"Como afirmamos repetidamente, consideraremos qualquer tipo de restrição contra nosso país como um ato de guerra", afirmou o ministério norte-coreano das Relações Exteriores em um comunicado publicado pela agência oficial KCNA. Também prometeu represálias caso os Estados Unidos tenham a "ousadia" de enfrentar o Norte de forma "severa".

Por outro lado, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, afirmou que a Coreia do Norte está disposta a dialogar com os Estados Unidos. O líder sul-coreano disse que se encontrou com a delegação norte-coreana, que está em Pyeongchang para a cerimônia de encerramento dos Jogos de Inverno, e que as negociações devem acontecer "o mais rápido possível", segundo a CNN.

As Olimpíadas deram um impulso nas relações entre as duas Coreias depois de mais de um ano de tensão por testes de mísseis do Norte. Mas os dias finais dos jogos foram ofuscados pelo anúncio dos EUA de que estavam impondo o seu maior pacote de sanções.

As novas sanções, que segundo Washington pretendem obrigar Pyongyang a reduzir seus programas nuclear e armamentista, estão direcionadas a 56 empresas de navegação e comércio que ajudam a Coreia do Norte a burlar as sanções anteriores.

Na sexta-feira,23, o presidente Donald Trump advertiu que se as últimas sanções não funcionarem, Washington passará à "segunda fase, que poderia ser muito dura". Ele não revelou detalhes.

Conter os EUA

Em resposta, a Coreia do Norte também prometeu "conter os Estados Unidos a sua maneira", em caso de provocação. "Trump está tentando nos alterar com declarações e comentários hostis, o que demonstra seu desconhecimento sobre nós. Já temos nossa arma nuclear, uma valiosa espada justiceira para nos proteger das ameaças dos Estados Unidos", afirmou o comunicado norte-coreano.

O governo da China também criticou as sanções americanas. "A China se opõe firmemente à jurisdição extraterritorial dos Estados Unidos e às sanções contra entidades chinesas e indivíduos", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.

As declarações norte-coreanas foram divulgadas poucas horas antes de uma delegação da Coreia do Norte, liderada por Kim Yong Chol, um general militar na lista negra de vários países, comparecer à cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pyeongchang, na Coreia do Sul.

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