Comércio

Estudantes viajam à capital da Flórida para exigir controle de armas

Manifestação para reivindicar maior controle de armas está prevista para hoje em frente à Assembleia Legislativa do estado, em Tallahassee

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

FLÓRIDA - Estudantes da escola de ensino médio da Flórida onde na semana passada um ex-aluno armado com um fuzil de assalto matou 17 pessoas viajaram ontem à capital do estado, Tallahassee, para pressionar a Assembleia Legislativa a aprovar leis que restrinjam a venda de armas de fogo.

A posse de armas é garantida pela Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos, e continua sendo um dos temas mais controversos do país.

Os ônibus saíram de Coral Springs, cidade vizinha a Parkland, na tarde desta terça e devem chegar a Tallahassee à noite, informa a agência Associated Press, que divulgou uma imagem (acima) que mostra que alguns alunos já visitaram o gabinete do senador Bobby Powell.

Segundo a agência Efe, os ônibus levariam centenas de estudantes.

Eles planejam realizar uma manifestação nesta quarta em frente à Assembleia Legislativa para reivindicar um maior controle de armas à qual anunciaram que se somarão várias organizações civis.Desde 1999, o Governo e a Assembleia Legislativa da Flórida são controladas pelo Partido Republicano, cujos membros em geral se opõem a impor limites ao direito dos americanos a estar armados, consagrado em uma emenda constitucional.

Projeto de lei

No entanto, o senador Bill Galvano, que é republicano e vai ser o próximo presidente do Senado, prepara um pacote de leis sobre a venda de armas que inclui elevar a idade para poder adquiri-las aos 21 anos e proibir os aditamentos para fazer com que as armas semiautomáticas possam disparar mais balas por segundo.

Depois do massacre de 14 de fevereiro e em meio às condolências pelas vítimas e suas famílias, os estudantes de Parkland reivindicaram controles à venda de armas e denunciaram os políticos que recebem apoio econômico da poderosa Associação Nacional do Rifle, que aglutina a indústria do armamento.

O autor confesso do massacre, Nikolas Cruz, de 19 anos, comprou legalmente o fuzil de assalto com o qual disparou indiscriminadamente na escola no dia de São Valentim, pois a lei federal autoriza os maiores de 18 anos a comprar e portar armas de fogo.

Cruz, expulso da escola por motivos disciplinares e com antecedentes de agressividade, está preso e foi acusado de 17 assassinatos premeditados.

Manifestação em Washington

Os estudantes também planejam uma outra manifestação para pedir um maior controle de armas, desta vez em Washington, para o dia 24 de março, e que é chamada de "Marcha por Nossas Vidas".

Algumas celebridades expressaram seu apoio aos esforços dos estudantes nas redes sociais, como Justin Bieber, Lady Gaga e Cher.

Nesta terça, o ator George Clooney e sua esposa, Amal, disseram que vão doar US$ 500 mil à "Marcha por Nossas Vidas" e que caminharão ao lado de estudantes.

"Nossa família estará lá no dia 24 de março para ficar lado a lado desta geração incrível de jovens de todo o país, e em nome de nossos filhos, Ella e Alexander, estamos doando 500 mil dólares para ajudar a pagar por este evento revolucionário. As vidas de nossos filhos dependem disso", disse Clooney, em comunicado.

O ator de "Onze Homens e um Segredo" e sua esposa e advogada de direitos humanos, Amal, que deu à luz aos gêmeos Ella e Alexander em 2017, são conhecidos por doar grandes quantias de dinheiro a causas políticas.

Prevenção de tiroteios

Segundouma pesquisa divulgada nesta terça, mais de 6 em cada 10 americanos consideram que nem o presidente Donald Trump e nem o Congresso fazem o suficiente para prevenir tiroteios maciços no país, embora a maioria culpe a saúde mental antes da facilidade de acesso às armas de fogo.

A pesquisa elaborada para o "The Washington Post" e a emissora "ABC" indica que 62% dos indagados consideram que Trump não está tomando as medidas apropriadas após o tiroteio na escola de ensino médio na Flórida que deixou 17 mortos e uma quinzena de feridos.

A rejeição é ainda maior ao trabalho do Congresso americano, com 77%.

No entanto, a maioria dos indagados (58%) ressaltaram que a principal causa desses tiroteios maciços é a incapacidade para identificar e tratar doentes mentais. Frente a isto, apenas 28% apontaram como responsável as frágeis leis de controle ao acesso às armas.

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