Violência

Crimes na Ilha estão acima da meta aceitável pela OMS

Indice na Região Metropolitana de São Luís em 2017 foi de 44,32 crimes por grupo de 100 mil habitantes, quando o órgão recomenda 10 para cada 100 mil; só este mês, na Grande São Luís, 34 mortes já foram registrados

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Assassinato de Nilton Alves da Silva em junho de 2017, no Tibirizinho repercutiu em São Luís
Assassinato de Nilton Alves da Silva em junho de 2017, no Tibirizinho repercutiu em São Luís (Homicidio)

SÃO LUÍS - O número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que envolvem homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e outros crimes que resultem em morte, na Região Metropolitana de São Luís, está acima do máximo considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo dados divulgados pelo Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOp-Crim) do Ministério Público do Maranhão. Sobre as ocorrências de CVLIs na Ilha durante o ano passado. O índice foi de 44,32 crimes por grupo de 100 mil habitantes, enquanto, a OMS estabelece um teto de 10 para cada 100 mil.

Esses dados, que foram revelados este mês pelo Ministério Público Estadual, constataram que no ano passado ocorreram 630 CVLIs na Ilha, enquanto que em 2016, foram 858 casos. O mês de janeiro de 2017 foi o período mais violento, com 78 ocorrências. Já nos meses de julho, setembro e dezembro foram os de menor número de assassinatos, com 37 cada mês.

O CAOp-Crim acompanha esses indicadores de criminalidade na Ilha desde 2010. Segundo o coordenador do centro, promotor José Cláudio Cabral Marques, os números do relatório de 2017 representam uma redução da criminalidade, mas, em relação aos índices apontados pela OMS, ainda é um índice acima dos níveis de suportabilidade.

De acordo com as informações de Cláudio Cabral, o trabalho de ordenamento urbano, feito em conjunto pelo Ministério Público, Prefeitura de São Luís e diversos órgãos fiscalizadores, também foi apontado pelo coordenador do CAOp-Crim como um fator importante, bem como as blitzen realizadas pela Polícia Militar (PM).

Mas, o promotor alertou que há a necessidade de contratação de mais delegados e investigadores de polícia para o estado. “Temos um déficit enorme de delegados e pelo menos 36 deles estão em processo de aposentadoria. O próximo concurso tem previsão de apenas 20 vagas”, afirmou Cláudio Cabral.

Assassinatos na Ilha

Os assassinatos continuam ocorrendo de forma diária na Região Metropolitana de São Luís. Somente nos primeiros 18 dias deste ano já foram registrados 34 CVLIs, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Na noite de quarta-feira, 17, e manhã de ontem, quatro homicídios ocorreram na Ilha.

Um dos casos teve como vítima Sandney Alves Costa, de 33 anos. A polícia informou que ele foi encontrado sem vida por populares na manhã de ontem, na MA-201, Estrada de Ribamar, no Conjunto Tambaú, em Paço do Lumiar. Os peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) constataram marcas de tiros na cabeça. O caso está sendo investigado como crime de latrocínio (roubo seguido de morte) pela Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP).

Também, ontem, foi encontrado por moradores um cadáver do sexo masculino, na feira do bairro São Bernardo. A polícia esteve no local e providenciou a remoção do corpo removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga. Até a tarde de ontem, a vítima estava sem identificação e o fato está sendo investigado pela SHPP.

Confronto

Na noite de quarta-feira, o assaltante Carlos Henrique dos Santos Pereira, de 24 anos, foi morto ao trocar tiros com policiais militares, no km-15, da BR-135, no bairro Pedrinhas, e o seu cúmplice, Rudnaldson Doria dos Santos, de 27 anos, foi baleado na perna. Em poder deles, a polícia apreendeu um revólver calibre 38 e uma motocicleta Honda Titan preta, de placa 8371, roubada.

Ainda de acordo com as informações da polícia, a dupla criminosa disparou vários tiros ao tentar fugir de uma blitz, que estava ocorrendo na área. Houve troca tiros e os assaltantes foram baleados. Carlos Henrique morreu ao chegar ao Hospital Socorrão II, enquanto o outro baleado foi submetido a tratamento cirúrgico e até a tarde de ontem continua internado nessa casa de saúde.

Ainda na noite de quarta-feira ocorreu o assassinato de Heitor Bruno Reis Moraes, de 27 anos. Segundo a polícia, dois homens não identificados, que estavam em uma bicicleta, teriam efetuados vários tiros nas costas da vítima quando passava nas proximidades de um mercadinho, na Rua J, no bairro Novo Angelim.

A vítima morreu no local e o corpo foi removido para o IML. O caso está sendo investigado pela polícia, mas até a tarde de ontem não havia registro de prisão dos acusados e há informações que a vítima era usuária de droga.

NÚMEROS

630

Foi o número de CVLIs registrados na Região Metropolitana de São Luís durante o ano passado, segundo os dados divulgados pelo Ministério Público

Saiba mais

Metodologia de aferição de crimes

O registro dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) é uma metodologia de aferição adotada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Para aferição dos crimes, o Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOp-Crim) adota como base de dados os registros do Instituto Médico Legal (IML), que são cruzados com os Boletins de Ocorrências registrados no Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo) da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

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