Golpe partidário

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

O governador Flávio Dino (PCdoB) tenta, há meses, aplicar um golpe partidário no DEM maranhense, nos mesmos moldes do que aplicou recentemente no PT. Ele quer botar na legenda aliados já atuantes no seu governo, para vender a ideia de que contemplou o partido, o que, na prática, é apenas uma tática de cooptação. O pior é que, não se sabe a que preço, os dirigentes do DEM maranhense parecem inclinados a aceitar tal jogada, que ainda não se concretizou porque os dirigentes nacionais do partido, já mais ressabiados, perceberam o jogo comunista.
A mesma esperteza Dino usou com o PT, ainda no fim do ano passado. Ele determinou a filiação no partido de gente que já estava contemplada em seu governo, a exemplo do ex-delegado-geral Lawrence Mello. E ainda contou com a anuência do presidente regional Augusto Lobato - também atrelado ao seu governo - que anunciou aos petistas a abertura de espaços no governo. Que espaços? - perguntaram petistas, que, desde então, passaram a cobrar explicações de Lobato.
Para fazer o mesmo com o DEM, o governador tentou, primeiro, filiar na legenda o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB) numa clara prova de que sua ideologia comunista é de araque. Agora, tenta levar para o partido seus próprios auxiliares.
Dino pretende ter o DEM em sua coligação, já que não poderá mais contar com o PSDB e, provavelmente, perderá também o PSB. Mas a artimanha usada pode até enganar os incautos maranhenses, como parece. Mas esbarra nas raposas democratas de Brasília.

Descartado
Está praticamente descartado um apoio do governo Flávio Dino ao ex-governador José Reinaldo Tavares (sem partido) na disputa pelo Senado.
Flávio Dino acha que José Reinaldo navega na mesma faixa eleitoral do senador Edison Lobão, que já tem base consolidada.
Tanto que, no grupo de Tavares, se tornou pouco provável sua transferência para o DEM, como estava programado para fevereiro.

Na mira
As reuniões entre os deputados estaduais Eduardo Braide (PMN), Alexandre Almeida (PSD) e o prefeito Hilton Gonçalo (PCdoB) são motivo de preocupação no governo Flávio Dino.
Os comunistas achavam que já tinham o controle de partidos importantes para composição do tempo de propaganda, mas as legendas se assanham com a possibilidade da terceira via.
A ordem no Palácio dos Leões é bombardear qualquer pretensão do trio em relação às eleições de outubro.

De olho nele
O destino partidário de Eduardo Braide - embora ele não tenha cogitado deixar o PMN - passou a ser monitorado pelo Palácio dos Leões.
Os comunistas temem que Braide entre no DEM, com a garantia de que será candidato a governador.
A transferência do parlamentar causaria dois problemas ao governo, que passaria a ter mais um adversário com peso partidário e ainda perderia importante tempo na propaganda.

Evangelista
Quem também está sendo assediado por vários partidos é o secretário estadual de Saúde, Neto Evangelista.
Deputado estadual ainda filiado ao PSDB, ele já decidiu que deixará a legenda até abril, mas ainda não tem caminho a definir.
Está sendo sondado por DEM, PPS, PSB, SD e PRB.

Alagados
A Prefeitura de São Luís gastou nada menos que R$ 100 milhões nas gestões João Castelo (PSDB) e Edivaldo Júnior (PDT) em supostas obras de drenagem no Coroado.
Ocorre que, mesmo após as tais intervenções, o bairro continua alagando nas épocas de chuvas.
Desde 2009 não há um período chuvoso sequer sem que as ruas do bairro não fiquem alagadas por horas a fio.

Fraude indígena
A Controladoria-Geral da União passou a olhar com lupa a unidade maranhense do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e sua relação com um tal Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).
Há suspeitas de fraudes bilionárias no distrito nos últimos 10 anos, envolvendo exatamente o instituto pernambucano, que sequer tem sede no Maranhão.
Nas investigações, há denúncias de fraudes em contratos, desvios de recursos, farras de diárias e nepotismo direto e cruzado, desde 2014.

DE OLHO

R$ 2 bilhões é o valor que o Distrito Sanitário Especial Indígena movimentou em quatro anos, recursos sob controle do Imip, instituto de Pernambuco citado em denúncias.

E MAIS

• O comando nacional do DEM não vê com bons olhos a esperteza do governador Flávio Dino de filiar secretários na legenda para dizer que a contemplou no governo.

• Candidato à sucessão de Geraldo Alckmin, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), já avisou que quer a coligação nacional com o PSDB, o que influencia no Maranhão.

• O dr. Tarcísio Araújo, integrante do escritório Kleber Moreira Advogados, é o novo procurador-geral da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão. A coluna deseja-lhe sucesso.

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