Lava Jato

Jungmann diz não ver necessidade de envio de tropas para julgamento de Lula em Porto Alegre

Pedido de reforço federal foi feito pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior para, segundo ele, “proteger o cidadão e o patrimônio público, durante a audiência, marcada para o dia 24

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Lula pode causar convulsão social, alertam adversários
Lula pode causar convulsão social, alertam adversários (Lula)

BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira, 4, que não vê necessidade para o envio de tropas do Exército e da Força Nacional para Porto Alegre (RS), no próximo dia 24, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) vai analisar a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Jungmann, além de não haver necessidade de mais homens na capital gaúcha (o estado já possui 200 homens da Força Nacional desde agosto de 2016), a solicitação ao governo federal só pode ser realizada por governadores, e não por prefeitos.

O pedido, enviado pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB), foi encaminhado pela Presidência da República para os ministérios da Defesa e da Justiça.

Nesta quinta-feira, 4, o prefeito de Porto Alegre divulgou pedido enviado ao presidente Michel Temer para envio das tropas para a cidade durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marchezan justificou o pedido dizendo querer "proteger o cidadão e o patrimônio público". No documento ele reforça o pedido diante de "ameaça de ocupação de espaços públicos" e devido a uma suposta menção a "desobediência civil e luta" que teria sido divulgado por políticos.

A data do julgamento do TRF-4 está marcada para 24 de janeiro. Partidos políticos e movimentos sociais estão convocando manifestações durante o julgamento na cidade.

Caso o recurso da defesa do petista seja negado, ele ficará inelegível para uma possível candidatura nas eleições presidenciais de 2018.

Lula informou aos dirigentes do PT que vai ao TRF-4 para acompanhar o julgamento que pode torná-lo inelegível. Segundo informação publicada na quarta-feira (3) pelo jornal O Estado de S. Paulo, o partido dos Trabalhadores prepara um ato de recepção ao ex-presidente no mesmo dia, na volta a São Paulo. "O PT está organizando uma verdadeira jornada pela democracia e em defesa do ex-presidente Lula nos dias 23 e 24/1 em Porto Alegre", diz a página oficial do PT no Facebook.

Além disso, a Executiva Nacional do PT fará uma reunião ampliada para reafirmar a candidatura do ex-presidente, que atualmente lidera as pesquisas para as eleições de 2018.

Lula foi condenado, em primeira instância, a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá (SP). Se a condenação for confirmada, o petista pode ser impedido de disputar a eleição presidencial. De acordo com a publicação, a assessoria do Instituto Lula não confirmou a informação. No entanto, a defesa do ex-presidente solicitou ao TRF-4 que ele seja ouvido durante o julgamento, mas o pedido ainda não foi apreciado pelos desembargadores.

Os advogados de defesa esperam que o pedido seja acatado. Caso contrário, Lula irá a capital gaúcha para participar das manifestações. O PT e lideranças têm compartilhado nas redes sociais o manifesto "Eleição Sem Lula é Fraude". Com versões em português, inglês, espanhol, francês e árabe, o documento já recebeu mais de 100 mil assinaturas.

Mais

Em entrevista ao Estado de S.Paulo desta terça-feira (2), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que a confirmação da condenação de Lula é "ruim para o país e para a memória", mas que a população "não vai tremer nas suas bases por causa disso". O tucano disse que a estratégia do Partido dos Trabalhadores será a de "perseguição política" durante a campanha eleitoral, que tem o governador Geraldo Alckmin (PSDB) como um dos candidatos.

Luciana Genro diz que prefeito é autoritário

PORTO ALEGRE - A ex-deputada federal Luciana Genro (Psol-RS) criticou o pedido do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB) para que o presidente Michel Temer envie à capital gaúcha tropas do Exército e da Força Nacional no próximo dia 24, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgará o recurso sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nas redes sociais, Luciana Genro afirmou, nesta quinta-feira (4), que Marchezan "além de autoritário, está ficando ridículo".

"Porto Alegre está abandonada, sem segurança e com serviços precários, e o prefeito está mais preocupado com protestos do que em resolver os problemas da cidade. Além de autoritário o @marchezan_ está ficando ridículo!", criticou Genro.

O prefeito de Porto Alegre solicitou a Temer nesta quarta-feira (3) o envio de tropas do Exército e da Força Nacional para a cidade durante o julgamento de Lula. Marchezan justificou o pedido dizendo querer "proteger o cidadão e o patrimônio público". No documento ele reforça o pedido diante de "ameaça de ocupação de espaços públicos" e devido a uma suposta menção a "desobediência civil e luta" que teria sido divulgado por políticos.

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