Lava Jato

Cientista política alerta para uso de “lawfare” contra Lula

Instrumento muito utilizado na América Latina, com apoio dos EUA, consiste em usar meios jurídicos de forma ilegal para destruir a imagem de adversário político

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Lula é ameaçado por artimanha jurídica no Brasil
Lula é ameaçado por artimanha jurídica no Brasil (Lula)

BRASÍLIA - A arma política conhecida como "lawfare" e muito usada na América Latina de acordo com uma pesquisadora, pode ser a arma do mercado contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo explicou a cientista política Silvina Romano, através do "uso indevido de instrumentos jurídicos, busca-se destruir a imagem pública do adversário político".

O objetivo é que adversário perca apoio popular e fique incapacitado de concorrer. O caso de Lula da Silva no Brasil é emblemático.

Utiliza-se uma "fachada de direito e da legalidade" para culpar um grupo político ou uma figura da oposição "sem ter provas", explicou Romano. Com uma planejada "articulação com os meios hegemônicos de comunicação, o caso se instala na sociedade. A imprensa os apresenta como culpados antes que cheguem aos tribunais e se inicie o devido processo legal". Isso poderia vir a acontecer com o ex-presidente Lula da Silva em 24 de janeiro de 2018, acrescenta a especialista.

Para especialista, estratégia de lawfare buscaria invalidar candidaturas, como a de Lula

De acordo com Silvina Romano, EUA desempenha papel fundamental nisso, já que seu Departamento de Justiça assessorou as reformas jurídicas em vários países latino-americanos através de "agências bilaterais", como a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). Uma das ações mais importantes foi o chamado projeto "Pontes", que consistiu em cursos de consultoria a vários integrantes do Poder Judiciário do Brasil e de outros países da região.

O aluno estrela é o juiz Sérgio Moro, impulsionador da operação Lava Jato e envolvido no processo contra Lula. "O impressionante é que esses cursos não só são escondidos da população, mas que nem sequer é informado sobre sua existência", destacou.

Ela criticou ainda a "duplicidade de critérios" em condenações aos funcionários públicos e aos empresários envolvidos em corrupção, como é o caso de Michel Temer, no Brasil ou Mauricio Macri, na Argentina, ambos impunes. "Está claro que esta guerra jurídica é contra dirigentes, cujos governos recuperaram o protagonismo sócio-econômico do Estado, ampliando o país e revalorizando a população".

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.