Em São Luís

Guerra de facções criminosas rivais está resultando em mortes na Ilha

No intervalo de 48 horas, faccionados foram acusados de cometer quatro assassinatos e três tentativas de homicídio em tiroteios corridos em vários pontos da capital maranhense; duas mulheres morreram na Camboa

Isma

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Tiroteio em condomínio na Camboa, conhecido como Carandiru, acabou com duas mulheres mortas
Tiroteio em condomínio na Camboa, conhecido como Carandiru, acabou com duas mulheres mortas (Carandiru)

SÃO PAULO - A guerra entre integrantes de facções criminosas rivais está resultando em barbáries na Região Metropolitana de São Luís. Segundo a polícia, esses faccionados, em um intervalo de 48 horas teriam cometido quatro assassinatos e três tentativas de homicídios na capital. Um dos últimos casos ocorreu no fim da manhã de ontem, na localidade Itapera, área de Pedrinhas, e, de acordo com a polícia, a vítima era um dos líderes de uma facção criminosa oriunda do Rio de Janeiro, identificado como Alex Nicolau de Souza, de 20 anos.

A polícia também informou que a vítima estava em via pública, quando teria sido executada por faccionados rivais, que fugiram em um veículo Fox vermelho, de placas não identificadas. Alex Nicolau levou seis tiros, principalmente na cabeça, e morreu no local.

Os militares foram acionados pelo Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) e isolaram a área do crime. A equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP) também esteve no local do assassinato e ficou sabendo, por meio de moradores - que não se identificaram com receio de sofrer algum tipo de represália -, que a vítima era membro de facção, acusado de instalar o terror nessa localidade.

O delegado da SHPP, Estefânio Aragão, disse que a vítima teria recebido uma ligação telefônica de uma pessoa não identificada, e, logo após, se deslocou até o local onde ocorreu o assassinato. “A vítima sofreu uma tocaia”, frisou Estefânio Aragão.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e até o começo da noite de ontem não tinha registro de prisão de acusados. O corpo da vítima ainda estava no Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga.

Tiroteio

O clima de pânico, ainda no começo da tarde de ontem, predominava nos apartamentos do condomínio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no bairro Camboa, conhecido como Carandiru. Muitos apartamentos estavam com as janelas fechadas e os moradores não falavam sobre a ocorrência de tiroteio no local, principalmente no período da noite, e a presença de integrantes de facções criminosas.

Lúcio Rogério Reis, superintendente Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), declarou que faccionados
teriam promovido tiroteio durante a noite de segunda-feira,27, no condomínio e fugiram em um veículo Siena prata, de placas não identificadas. Uma das balas atingiu uma moradora, identificada como Sônia Maria Oliveira dos Santos, de 42 anos.

Ela teria sido atingida na cabeça e levada para o Hospital Municipal Socorrão I, no Centro, onde morreu, antes de ser submetida a tratamento cirúrgico. “Integrantes de facções estão invadido áreas de rivais, promovendo tiroteios. Isso tem resultado em morte de pessoas de bem”, disse o delegado.

Também há informação que durante esse tiroteio foi baleada na perna uma outra moradora, Natália Rosa Costa Borges, que foi levada para o Socorrão I, mas, morreu na manhã de ontem. Ela ainda teria chegado a ser submetida a intervenção cirúrgica, mas não resistiu.

Tentativa

Na noite de segunda-feira, 27, também foi baleado Paulo Vitor Mota Martins, por integrantes de uma facção criminosa, no Bairro de Fátima. Um dos acusados foi identificado como Tody. A vítima ainda permanecia internada no Socorrão I, correndo risco de morte. A motivação do crime não foi revelada e a equipe do 2º Distrito Policial, no João Paulo, está investigando o caso.

Na madrugada de ontem ocorreram mais duas tentativas de homicídio na Ilha. O coronel Aritanã Lisboa informou que guarnições do 6º Batalhão da Polícia Militar ficaram sabendo, por meio do Ciops, que na Rua São José, na Vila Magril, estava ocorrendo um tiroteio e duas pessoas teriam sido baleadas.

Ao chegaram no local, policiais militares constataram que um dos baleados faz parte de uma facção criminosa, Carlos Henrique Araújo Franca, Totoca, de 35 anos; e a outra vítima era um adolescente, de 17 anos. Os acusados, foram Willam da Silva, Zé, de 24 anos; e um adolescente, de 17 anos.

Os suspeitos foram conduzidos ao Plantão de Polícia Civil da Delegacia da Cidade Operária. Enquanto, as vítimas para o Socorrão II.

Investigação

O delegado Lúcio Rogério Reis afirmou que o trabalho investigativo do assassinato da criança de 12 anos, que ocorreu na noite do último domingo, na Vila Conceição, na área do Coroadinho, está avançado. O crime teria tido a participação de dois facionados. Um deles já foi identificado pela polícia e teve a sua prisão solicitada ao Poder Judiciário.

Ainda segundo o delegado, o padrasto e o primo da menor já tiveram passagem pela polícia. Inclusive, ficaram presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. No dia do crime, a criança foi baleada quando chegava a sua residência, na presença da mãe, por criminosos, que estavam em um veículo Frontier verde, de placas não identificadas.

Esses faccionados, anteriormente haviam baleado outro morador, não identificado. As duas vítimas foram levadas para o Socorrão I. A menor morreu e a outra vítima ainda ontem estava internada nesse hospital.

SAIBA MAIS

Barbárie ocasionada por facções criminosas na Ilha

Coroadinho: criança de 12 anos baleada na porta de sua residência na presença da mãe.
Vila Magril: Carlos Henrique Araújo Franca e um adolescente baleados por faccionados.
Bairro de Fátima: Paulo Vitor Mota Martins baleado por dois integrantes de facções criminosas.
Carandiru: criminosos realizam tiroteio que resulta na morte de Sônia Maria Oliveira dos Santos e Natália Rosa Costa Borges.
Itapera: assassinado a tiros integrante de um bando criminoso, Alex Nicolau de Souza.

Número

4 pessoas assassinadas a tiros durante guerra de facção criminosa na capital durante um intervalo de 48 horas

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