Fim de carreira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

Sob qualquer aspecto que se analise, é possível afirmar que a ex-secretária-adjunta de Saúde do governo Flávio Dino (PCdoB), Rosângela Curado (PDT), está fora de qualquer cogitação político-eleitoral nas eleições de 2018. Ex-candidata a prefeita de Imperatriz, ex-deputada federal e atual suplente do PDT na Câmara dos Deputados, Curado passou a ser sinônimo de corrupção quando se fala do governo Flávio Dino.
E as marcas contra a ex-adjunta da Saúde se confundem também com as marcas do governo Flávio Dino. O comunista garantiu à pedetista toda a guarida necessária, mesmo depois de ela ser demitida em circunstâncias estranhas logo no início do governo.
Naquela época, Curado tinha acabado de sair de uma eleição pelo PDT, em que garantiu a condição de suplente de deputada federal, após passar pela secretaria de Saúde de Coelho Neto e uma disputa acirrada pela Prefeitura de Imperatriz, em 2012, que a colocou como revelação política no estado.
Afastada do governo - repita-se, em circunstâncias obscuras - ela continuou operando nos bastidores da Secretaria de Saúde, ora como controladora de unidades de saúde, ora como empresária com contratos na pasta. E mesmo diante das investigações da Polícia Federal, que começaram ainda em 2015, recebeu a chancela do PCdoB e do governador Flávio Dino como candidata a prefeita de Imperatriz.
A corrupção de Rosângela Curado descoberta pela PF é, portanto, corrupção do próprio governo Dino. Resta saber como ela estará na campanha de 2018. Se estiver solta até lá.

Fantasmas
Há um certo mistério na tal lista de 400 nomes de funcionários fantasmas que recebiam salário da Secretaria de Saúde.
O governador Flávio Dino (PCdoB) tem usado até certa insistência, como se já soubesse o conteúdo e quisesse usar o caso politicamente.
Esses 400 servidores da Saúde, mais as empresas que tinham contrato com o governo, desviaram da pasta algo em torno de R$ 18 milhões em dois anos.

Dos dois lados
A Justiça Federal está convicta de que a ex-secretária Rosângela Curado era uma espécie de eminência parda da Secretaria de Saúde.
E agia dos dois lados do balcão, como gestora e como prestadora de serviços ao governo comunista.
Além de comandar o Centro de Medicina Especializada de Imperatriz, mesmo sem cargo no governo, Curado tinha uma empresa contratada pela unidade de saúde.

Delação
A manutenção da prisão temporária de Rosângela Curado deixou o governo mais apreensivo ainda em relação ao caso envolvendo a Operação Pegadores.
Curado pode acabar aceitando fazer delação premiada e contando o que sabe do funcionamento da corrupção na Saúde comunista.
Ela seria uma espécie de trunfo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para chegar ao núcleo do esquema.

Coisas de alcova
Há de tudo um pouco na questão de relações pessoais nos relatórios da Polícia Federal sobre a Operação Pegadores.
O documento fala de amantes, namoradas, parentes e mulheres de chefões do governo e de diretores das unidades de saúde nomeadas como fantasmas.
Os termos são absolutamente estes mesmos no documento da Justiça Federal.

Criticou
O deputado estadual César Pires (PEN) criticou o parecer da CCJ da Assembleia Legislativa, contrário à PEC da Emenda Impositiva, de sua autoria.
O colegiado, depois de adiar por três vezes a apreciação da peça, rejeitou a proposta, sob a argumentação de inconstitucionalidade.
Para Pires, um parecer vergonhoso. “Presume-se que na CCJ haja pessoas capazes de analisar os projetos de lei, emendas ou medidas provisórias, mas eu teria vergonha de assinar esse parecer”, disse.

Recurso
César Pires afirmou que vai recorrer ao Plenário, da manobra da CCJ. O parecer contrário à PEC foi dado sob a orientação do Palácio dos Leões.
“Se a matéria foi aprovada e sancionada pelo Congresso Nacional, não há, portanto, a alegada inconstitucionalidade contida no parecer da CCJ”, fundamentou.
A manobra na CCJ contra a PEC da Emenda Impositiva foi conduzida por Marco Aurélio e Levi Pontes, ambos do PCdoB.

DE OLHO

R$ 90 milhões foi o total bloqueado pela Justiça Federal entre os envolvidos na Operação Pegadores, da Polícia Federal.

E MAIS

• A Assembléia Legislativa tem tido sessões mornas para uma semana imediatamente após um dos maiores escândalos de corrupção já registrados no estado.

• O clima tem sido de intensas conversas entre a cúpula da Secretaria de Saúde e o governador Flávio Dino desde o estouro da Operação Pegadores.

• Grupos culturais ainda esperam “sentados”, e indignados, o pagamento de cachê do São João.

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