Tensão

Coreia do Norte despreza ameaças do presidente americano

Presidente dos EUA alertou Kim Jong-un, afirmando que chegou o ''tempo da força'' ; autoridades norte-coreanas chamam Trump de ''cachorro louco''

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

SEUL — As autoridades norte-coreanas ouviram atentamente ao discurso do presidente americano, Donald Trump, em Seul, durante sua visita à Ásia, e responderam: "Nós não ligamos para o que o cachorro louco pode dizer porque já ouvimos o suficiente". Trump fez uma nova advertência ao líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, nesta quarta-feira, a quem pediu que não subestime a determinação de Washington, em meio à crescente tensão causada pelo programa nuclear de Pyongyang. O presidente americano recordou ainda que Kim lidera uma "ditadura cruel" na Coreia do Norte.

"Os Estados Unidos estão nos ameaçando com porta-aviões nucleares e bombardeiros estratégicos. Eles estão nos desafiando com as mais viciosas e degradantes provocações e vamos combater essas ameaças, reforçando o poder da justiça para tirar pela raiz a causa da agressão e da guerra", disseram autoridades norte-coreanas, segundo a CNN.

Embora o tom do americano tenha sido um pouco mais moderado, Pyongyang acusa Trump de elevar as tensões a um nível não visto desde a Guerra da Coreia e que suas ações, e não palavras, que importam, apontando para os três porta-aviões dos EUA e um submarino atualmente na Península Coreana. Antes de fazer um gesto de conciliação, Trump alertou a Coreia do Norte de que chegou o tempo da força.

"As armas que você (Kim Jong-un) está desenvolvendo não lhe darão mais segurança. Você está colocando seu regime diante de um grave perigo", alertou Trump durante um discurso no Parlamento em Seul. "Apesar de todos os crimes cometidos contra Deus e contra os homens, nós vamos lhe oferecer um caminho para um futuro melhor. A Coreia do Norte não é o paraíso com o qual seu avô sonhava. É um inferno que ninguém merece".

A visita de Trump à Coreia do Sul foi marcada pelo clima de tensão que impera na Península Coreana, após a intensificação do programa nuclear norte-coreano. Pyongyang realizou em setembro seu sexto teste nuclear, o mais poderoso até agora, e lançou vários mísseis que teriam a capacidade de atingir o território americano.

"Não nos subestimem", declarou o presidente, afirmando que não deixará que as cidades americanas sejam ameaçadas de destruição. "Todas as Nações responsáveis devem se unir para isolar o brutal regime norte-coreano. Não se pode apoiar, fornecer ou aceitar o regime de Kim Jong-un".

Na manhã de ontem, Trump tentou realizar uma visita surpresa à Zona Desmilitarizada que divide a península coreana, mas desistiu devido ao mau tempo. A Casa Branca havia informado que o presidente não visitaria a zona, mas o republicano deixou seu hotel em Seul de manhã cedo e embarcou em um helicóptero na base militar de Yongsan. O helicóptero Marine One chegou a decolar de Yongsan mas teve que regressar devido ao tempo ruim. O presidente aguardou durante quase uma hora a melhora do tempo, mas foi obrigado a cancelar a visita.

A visita à Zona Desmilitarizada - onde os soldados de Seul e Pyongyang ficam separados por uma faixa de segurança marcada por blocos de concreto - é habitual na agenda dos presidentes americanos que viajam ao país. Trump planejava encontrar o presidente sul-coreano, Moon Jae-In, na Zona Desmilitarizada, no que seria um momento histórico, já que nunca os líderes dos dois países realizaram tal visita juntos.

Viagem à China

Após o discurso, o presidente americano viajou para a China, terceira escala de sua visita à Ásia e a etapa mais delicada da viagem dedicada principalmente a forjar uma frente comum contra as ambições nucleares da Coreia do Norte. O avião presidencial pousou no aeroporto de Pequim, procedente de Seul, para uma visita de menos de 48 horas à China, país que o republicano criticou duramente antes de sua eleição, há exatamente um ano, com a acusação de que roubou milhões de empregos dos Estados Unidos. Recentemente, no entanto, Trump elogiou o presidente chinês, Xi Jinping, pois sua ajuda é essencial em sua missão contra a Coreia do Norte.

"Espero com muito impaciência a reunião com o presidente Xi, que acaba de obter uma grande vitória política", escreveu Trump no Twitter algumas horas antes de chegar a Pequim.

Trump se referia ao novo mandato de cinco anos obtido por Xi Jinping no recente congresso do Partido Comunista da China (PCC) e, portanto, à frente do país de maior população do mundo.Donald Trump, que desceu do avião ao lado da esposa Melania, visitará nesta quarta-feira acompanhado de Xi Jinping a Cidade Proibida de Pequim, o antigo palácio dos imperadores chineses. Mais tarde eles jantarão ao lado de suas esposas.

A China, responsável por 90% do comércio com a Coreia do Norte, está em uma posição crucial para pressionar o regime de Kim Jong-Un, que em setembro realizou um novo teste nuclear. O governo chinês se comprometeu a aplicar estritamente as últimas sanções da ONU contra a Coreia do Norte, mas rejeita as ameaças de Donald Trump e defende um diálogo com o país vizinho.

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