Saúde

Trump se opõe a acordo bipartidário do Senado sobre Obamacare

Presidente chegou a dizer na terça que acordo era ''solução muito boa'', mas agora diz que não apoia plano que enriquece companhias de seguros

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

WASHINGTON - Um acordo bipartidário de dois senadores dos Estados Unidos que visa equilibrar o Obamacare restaurando os subsídios a empresas de planos de saúde enfrentou revés ontem, com a Casa Branca afirmando que o presidente Donald Trump se opõe ao plano, republicanos o criticando e o presidente da Câmara dos Deputados não demonstrando interesse em adotá-lo.

O acordo anunciado na terça-feira pelo republicano Lamar Alexander e a democrata Patty Murray pretende fortalecer a lei de saúde do ex-presidente Barack Obama reinstaurando os bilhões de dólares de subsídios a empresas de saúde durante dois anos para ajudar os cidadãos de baixa renda a obterem cobertura médica.

Alexander disse ontem que Trump "engendrou completamente" a proposta bipartidária, mas o presidente recuou do apoio que expressou um dia antes.

Na terça-feira, Trump disse que a Casa Branca esteve envolvida nas negociações e que o acordo era uma "solução muito boa" para uma abordagem de curto prazo, mas posteriormente na terça-feira e nesta quarta disse que não apoiaria um plano que enriquece companhias de seguros.

Trump cortou os subsídios às empresas, dizendo que o Congresso não forneceu dinheiro para elas e que enriquecem as seguradoras.

A porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders afirmou que Trump não apoia o acordo em sua forma atual, embora ela o tenha chamado de "um bom passo na direção certa".

"Olhe, nós dissemos o tempo todo que queremos algo que não apenas resgate as companhias de seguros, mas realmente proporcione alívio a todos os americanos", disse ela em um briefing. "E este projeto não aborda esse fato".

O senador John Thune, membro da liderança republicana do Senado, disse que o acordo Alexander-Murray "estancou" e que seu futuro era uma "questão aberta". Os republicanos têm uma maioria no Senado de 52-48, mas apenas alguns têm abraçado publicamente o plano.

"Lamar Alexander está trabalhando muito duro do nosso lado. E se algo acontecer, está ótimo", disse Trump aos repórteres na Casa Branca. "Mas não farei nada para enriquecer as empresas de saúde... elas enriqueceram com o Obamacare como nada que ninguém jamais viu antes".

Subsídios

As seguradoras de saúde dizem não lucrar com os subsídios, mas repassá-los aos consumidores de baixa renda para diminuir as franquias, os copagamentos e outros gastos de saúde que saem de seus bolsos.

Cortar os subsídios, que são chamados de pagamentos de redução de divisão de custos, poderia criar um caos nos mercados de planos de saúde de 2018 tal como estabelecidos pelo Obamacare.

Trump, que em campanha fez a promessa de descartar o Obamacare, mas que tem se frustrado com a incapacidade dos republicanos do Congresso para aprovar leis que a cumpram, também deixou claro na terça-feira que em algum momento irá querer uma legislação mais abrangente para revogar e substituir a lei de saúde do antecessor.

O republicano Paul Ryan, presidente da Câmara dos Deputados, não deu nenhum sinal de disposição para cogitar o pacto Alexander-Murray.

"O presidente (da Câmara) não vê nada que mude sua opinião de que o Senado deveria manter o foco na revogação e substituição do Obamacare", disse seu porta-voz, Doug Andres.

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